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Mercado Interno

Preço da carne suína reage

Valor pago aos produtores do MT já supera os custos. Quilo atingiu R$ 2,35, acréscimo de 25 centavos sobre o valor desembolsado pelos criadores.

Preço da carne suína reage

Preço da carne suína começa a recuperar e o valor pago aos produtores já supera os custos. Nesta semana, o quilo atingiu R$ 2,35, acréscimo de 25 centavos sobre o valor desembolsado pelos criadores. Na última semana, média praticada em Mato Grosso estava em R$ 2,10 e no pico da crise, em maio deste ano, o quilo da carne chegou a R$ 1,71.

Fôlego dos produtores coincide com a redução no preço da saca de milho, principal ingrediente da ração dos animais, que nesta semana alcançou preço médio de R$ 17, cerca de 10% mais barato do que vinha sendo praticado. No Estado, o consumo do cereal pela cadeia da suinocultura está estimado em 600 mil toneladas/ano, segundo dados da Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), que considera um plantel de 120 mil matrizes.

De acordo com o diretor da associação, Custódio Rodrigues, esta alta ainda é tímida se considerar os 10 meses de crise que os produtores passaram. “Este valor é menor do que é necessário para remunerar bem o produtor, sobretudo depois de tanto tempo de prejuízo”.

Valorização é consequência de um conjunto de fatores que ajustaram o mercado. Segundo Rodrigues, devido à situação, muitos produtores deixaram a atividade, outros abateram matrizes para reduzir os custos e a indústria aproveitou para fazer estoque. Assim, a oferta diminuiu e os preços subiram.

Tendência no momento é que a carne continue em alta, pelo menos até outubro, e a previsão é de que atinja R$ 2,80, valor considerado mínimo para uma boa renda ao criador. Entre as demandas do setor estão questões relacionadas ao milho, como falta de produto e preço alto. Gerente de operações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Mato Grosso, Charles Córdova Nicolau, explica que o governo recebeu reclamações do setor produtivo e para sanar a suposta falta de milho realizou nesta quinta-feira (21) o leilão de 46 mil toneladas, porém nada foi comercializado.

Segundo Nicolau, isso demonstra que o problema não está na falta de produto, mas nos preços praticados no mercado, mas que o governo não pode intervir e pressionar o valor e prejudicar o produtor do grão. Custódio Rodrigues, da Acrismat, contrapõe o gerente da Conab ao afirmar que não falta milho agora, mas que a commodity vai ficar escassa depois do fim da colheita e que aí sim os preços ficarão ainda mais altos e este é o temor do segmento.