Redação (06/03/07) – Nesta segunda-feira, o coordenador do IPC-Fipe, Márcio Nakane, disse que a inesperada alta de 0,33% do índice do mês passado, acima de sua projeção de 0,20%, foi provocada basicamente por itens que não estavam sendo apontados por ele como fatores de pressão para a inflação, como o frango. Apesar de o IPC-Fipe de fevereiro ter ficado abaixo do verificado em janeiro (0,66%), o índice apresentou aceleração ante a variação da terceira quadrissemana do mês passado, de 0,31%.
O preço do frango, que pertence ao subgrupo alimentício semi-elaborados, subiu 4,09% e representou 10,9% do IPC-Fipe de fevereiro. Mais do que isso, o segmento de aves apresentou alta de preços de 4,21% e representou 11,72% da inflação do período, o que fez o subgrupo reduzir a queda de preços de 1,49% para 0,81%.
Nakane explicou que esperava movimentos de desaceleração em itens ou grupos que haviam pressionado o IPC-Fipe de janeiro, como os alimentos in natura e os grupos Transporte e Educação. Segundo ele, de fato, o comportamento destes segmentos confirmou a expectativa, mas a inesperada elevação no preço do frango foi o principal fator para que a estimativa para o mês não fosse ratificada.
Na avaliação de Nakane, o aumento nestes itens (frango e aves em geral) foi motivado pelo repasse tardio dos preços dos produtores de aves ao consumidor paulistano. "Considero que foi um erro não ter contado com esta defasagem no repasse", lamentou.