O frango foi o principal vilão do custo da cesta básica do Grande ABC nesta semana. Levantamento realizado pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) mostra que o preço médio da ave subiu 13% em apenas sete dias em supermercados do Grande ABC. Essa carne branca chegou a R$ 4,90 o kg e colaborou para a segunda elevação seguida do valor da cesta – formada por 34 produtos pesquisados, entre alimentos, itens de higiene e de limpeza doméstica -, que chegou a R$ 416,03. É 0,99% mais que no último levantamento, quando custava R$ 411,94.
O valor do frango resfriado inteiro subiu, acompanhando o aumento do valor da ave viva que, na média do Estado de São Paulo, passou de R$ 1,75 o kg há cerca de três meses para R$ 2,81 o kg, de acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq-USP.
Isso apesar de o valor do milho, principal ração usada nas granjas, ter se reduzido recentemente, afirma o responsável pela pesquisa da Craisa, Fábio De Benedetto. Para ele, a alta do dólar pode ter contribuído para o aumento da ave, já que, com o câmbio mais favorável para a exportação, os produtores teriam ampliado as vendas ao Exterior, reduzindo a oferta interna. O especialista cita que, como a demanda segue aquecida, os preços subiram. “Mas é provável que se reduza no curto prazo; a criação (o tempo que se leva para engordar o frango) é rápida, são só 40 a 50 dias”, disse.
Ao mesmo tempo, a carne vermelha, principalmente a de primeira (coxão mole), também aumentou, embora bem menos: 3,58%, chegando a R$ 15,90 o quilo. Nesse caso, Benedetto avalia que a explicação se deve mais ao período do mês. Os mercados costumam reduzir as promoções entre a primeira e a segunda quinzena, pois é quando os consumidores recebem salários.
Em baixa – A boa notícia da semana foi a queda de 19,35% no preço da cebola (foi a R$ 1,75 o kg), ajudada pela safra do interior do Estado, que está no auge e é responsável pelo custo mais baixo do produto. Outro item cujo valor caiu foi o leite (recuo de 1,13%). O litro, que no início do ano estava em R$ 2 e entrou em forte escalada, indo a R$ 2,73 em meados deste ano, pode ser encontrado agora a R$ 2,63.