O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou nesta quinta-feira (11/03), categoricamente, que não haverá diminuição do preço mínimo do milho. “Não há nenhuma hipótese de redução do preço”, disse.
“Reduzir o preço mínimo do milho seria uma irresponsabilidade”. Ele argumentou que os estoques – públicos e privados – não chegam a 90 dias de consumo e que o grão é essencial para a atividade de carnes suínas, de aves e até da pecuária de confinamento.
No último dia 25, a Agência Estado apurou que o Ministério da Fazenda pressionaria o Ministério da Agricultura a reduzir, ainda este ano, os preços mínimos de alguns produtos cujos valores de referência são considerados elevados na comparação com as cotações de mercado. Se isso ocorrer, será a primeira vez que se verificará uma redução do preço mínimo desde a criação do instrumento. O milho está na lista da Fazenda, ao lado de trigo e feijão.
Nesta quinta-feira, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Milho (Abimilho), Nelson Kowalski, defendeu a diminuição, alegando que, com o preço menor, o produtor se sentirá desestimulado a plantar, o que reduzirá a oferta do produto no mercado. O atual Plano Safra estipulou o preço mínimo do milho em R$ 13,98 (saca de 60 quilos em Mato Grosso).
“É preferível haver excedente de milho a correr o risco de diminuir a produção e faltar produto”, disse Stephanes. “Se isso ocorrer, com certeza o preço vai lá para cima”, acrescentou. Sem dar detalhes a respeito do volume da operação, o ministro disse ser “possível” a realização de Aquisição do Governo Federal (AGF) de milho.
Feijão
O ministro da Agricultura admitiu hoje que o preço mínimo do feijão precisa ser rediscutido. “O estímulo foi grande demais”, afirmou. Ele lembrou que o preço mínimo do grão rodava perto R$ 40,00 a saca, mas que, para incentivar o produtor a plantar feijão, o governo decidiu aumentar o preço mínimo para R$ 80,00. “A política foi forte e acabou produzindo excedente”, avaliou o ministro.
O Ministério da Fazenda pressionará a Agricultura a reduzir o preço mínimo de alguns grãos, como feijão, milho e trigo. De acordo com uma fonte, não há motivo para o feijão não perder pelo menos 10% de seu valor de preço mínimo. “O feijão merece preocupação, o milho, não”, afirmou Stephanes.