Redação SI 01/12/2004 – Os suínos estão valendo ouro. Não vai ser fácil garantir um pernil para o final do ano sem um desfalque no bolso. Uma combinação de fatores gerou escassez do produto no mercado e um aumento de 47% no preço do suíno nos últimos nove meses.
Somente nas duas últimas semanas, o preço já subiu 25 centavos, chegando a R$ 2,50. Com a tipificação, o produtor chega a receber R$ 2,70 por quilo de suíno vivo. – No momento não tem negócio melhor – disse o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza.
Ele afirmou que a atual remuneração está acima das expectativas. Souza atribui o aumento a especulação do mercado, depois da reabertura do mercado russo para Santa Catarina. O embargo russo havia sido parcialmente compensado por outros mercados e o aumento do consumo no mercado interno no final do ano.
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Além disso, a crise de 2002/2003 provocou a eliminação de matrizes, com queda de abate em 8% no ano passado e, de 4%, este ano. A volta do mercado russo provocou uma disputa maior pelos suínos.
Situação preocupa as lideranças
“Está descontrolado”, disse Souza, analisando a oscilação na remuneração. Além da melhora no preço, os custos caíram com a desvalorização das commodities como soja e milho. O custo para produzir um quilo de suíno está entre R$ 1,85 e R$ 1,90, segundo a Empresa de Pesquisas Agropecuárias e Extensão Rural (Embrapa). Souza disse que há suinocultor ganhando R$ 100 por suíno.
A situação é tão boa que chega a preocupar algumas lideranças, como o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos, Clair Dariva. Ele teme que um aumento exagerado do produto poderá inibir o consumo no mercado interno.
