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Mercado Interno

Preço em alta, menos carne no prato

A exemplo do que já acontece no mercado internacional, o preço da carne bovina vem subindo para os brasileiros nos últimos meses.

A exemplo do que já acontece no mercado internacional, o preço da carne bovina vem subindo para os brasileiros nos últimos meses. Longe de ser entressafra, o alimento está mais caro por causa dos preços de insumos em alta e demanda interna ainda aquecida. Questões climáticas na área de produção também contribuíram para diminuir a oferta de carne no mercado interno e fazer o produto subir, em média, 5,66% em 12 meses. Mas analistas não acreditam que os preços elevados se sustentem por muito tempo. A expectativa é que o verão traga carnes mais baratas para o consumidor.

“No fim do ano, as carnes acabam ficando mais caras. É uma questão sazonal. Mas é bom lembrar que o movimento de alta no Brasil é menor que o observado em outros países”, disse Christian Travassos, economista da Fecomercio-RJ, referindo-se ao aumento médio de 16% das carnes bovinas no mercado internacional, de janeiro a outubro deste ano frente a igual período de 2010, de acordo com relatório da FAO. “As carnes estão subindo no mundo inteiro. Não é um problema apenas do Brasil”.

Carne no Rio ficou 2,34% mais cara no mês passado

Segundo a Fecomercio-RJ, o preço da carne no Rio subiu 2,34% no último mês. O quilo da carne de primeira, por exemplo, custava em média R$14,91 em novembro de 2010; agora, sai por R$15,26. Apesar de a carne ser um importante componente do orçamento das famílias, Travassos pondera que a cesta de compras do carioca, com quase 40 itens, subiu 6,7% em 12 meses.

“Em 12 meses, o preço da carne bovina avançou 2,7%”.

Os preços mais salgados, contudo, já afastaram o consumidor das carnes. No Princesa, o volume de vendas do setor caiu 10% de um mês para o outro.

“O mercado de carnes explodiu. Está num patamar muito elevado. Já tivemos de subir os preços, em um mês, em 20%. Alcatra a R$18 e mignon a R$35 levam o consumidor a optar por outros itens como o frango, em alta mais moderada”, disse João Márcio de Castro, diretor do Princesa.

Com a carne mais cara, o consumidor substitui pelo frango, que, com o aumento da demanda, também vai ficando mais caro. No Rio, de acordo com a Fecomercio-RJ, o quilo do frango passou de R$4,05 para R$4,15 em um mês. Uma alta de quase 2,5%. A hora é de buscar promoções. No Princesa, na semana passada, havia lagarto por R$10,90. No Guanabara, o quilo da picanha está sendo ofertado a R$25,98, e o da fraldinha, a R$13,98. No Zona Sul, o quilo do patinho passou de R$16,90 para R$13,90, e o do contrafilé, de R$27,90 para R$18,90. As ofertas vão até o dia 29.

“Além de o segmento de proteínas registrar uma certa alta causada pelo frio e a ausência de chuvas, também houve aumento nas exportações por conta da alta do dólar, diminuindo a oferta no mercado interno. O Zona Sul negocia com fornecedores para não repassar o reajuste ao consumidor, ou repassar o mínimo possível. O que permite fazer algumas ofertas mesmo neste momento”, disse Pietrangelo Leta, diretor comercial do Zona Sul, acrescentando que, ainda assim, os produtos que também atraem o consumidor são peixes e bacalhau, cujos preços estão muito competitivos.

Os preços em alta fizeram o assistente administrativo Sergio Wang migrar da carne para o frango e para o peixe. Mas a mudança, conta ele, não foi tão sofrida:

“Estou de dieta, o que me leva a diminuir a carne. Então, acaba sendo uma mudança saudável”.