Redação (6/4/2009) – Os preços recebidos pelos produtores rurais paulistas subiram 0,03% em março, conforme levantamento divulgado hoje pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Na composição do Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) mensurado pelo IEA, os produtos de origem vegetal (IqPR-V) subiram 1,06%, enquanto que os de origem animal (IqPR-A) recuaram 2,53%.
A alta nos preços da cana-de-açúcar contribuiu para que o indicador continuasse no terreno positivo, em função expressiva participação no valor da produção do agronegócio paulista. Sem a cana, o indicador geral cai para 1,32% e o de produtos vegetais 0,17%.
No acumulado dos últimos doze meses, os resultados dos índices acumulam variações positivas; o índice geral subiu 4,22%; de produtos vegetais 2,62%; e de origem animal 7,56%. Entretanto, "desconsiderando a cana-de-açúcar do cálculo do índice, os resultados têm significativas quedas: o IqPR fecha o acumulado em -1,90% e o IqPR-V fica com variação de -10,84%.
Altas – Os produtos do IqPR que registraram altas no mês de março, em comparação com o mês anterior foram tomate (103,58%), ovos (8,96%), trigo (5,02%), laranja para mesa (4,55%) e cana-de-açúcar (1,95%). Os técnicos do IEA explicam que a acentuada variação de preços do tomate está de acordo com o padrão de variação estacional observado nos últimos anos. O fim da safra de verão provoca picos de preços nos meses de março e abril e os baixos preços de fevereiro servem de base para a variação extremada.
No caso da laranja de mesa, o maior consumo de suco no verão associado à escassez relativa de produto nesta época do ano impulsionou os preços. Os técnicos observam que os preços atuais da fruta estão ainda expressivamente menores que os verificados em igual período de 2008, o que revela uma fase de recuperação. A alta de preços da cana-de-açúcar se deve ao repasse para os preços da desvalorização cambial.
Quedas – Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços em março foram feijão (26,12%), laranja para indústria (12,32%), amendoim (10,16%), milho (8,67%), banana (7,07%), soja (5,94%) e carnes de frango e bovina (5,65% e 4,37% respectivamente). O recuo dos preços do feijão se deve à normalização do abastecimento.
"A queda de preços das carnes de frango e bovina é influenciada pela retração das exportações e de redirecionamento da oferta ao mercado interno, numa realidade em que a demanda interna tende a retrair pelo desemprego e com isso deslocando a procura para produtos de menor elasticidade renda da demanda", dizem os técnicos.