Redação SI (04/06/07) – As mudanças atendem às reivindicações apresentadas pelos suinocultores que vinham sendo negociadas para conter a queda dos preços dessa carne no mercado. O apoio à suinocultura contou com o empenho do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que promoveu reuniões em Brasília com a participação de representantes dos três estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). O Paraná é o estado em que o setor enfrenta mais dificuldades, depois que a Rússia fechou seu mercado por causa dos focos de febre aftosa.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, no mês de maio, o preço da carne suína evoluiu 10%, passando de R$ 1,35 o quilo para R$ 1,40 o quilo, um aumento de R$ 0,05 por quilo de suíno vivo.
Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Valter Bianchini, "as medidas adotadas pelo CMN atendem às reivindicações dos produtores e apontam para uma boa expectativa de mercado, que já vinha dando sinais de reação".
As negociações continuam, no entanto. Ainda no fim de semana, o diretor do Deral, Francisco Simioni, participou de uma reunião em Brasília para avaliar a pauta apresentada pelos suinocultores. Foi discutida a inclusão da carne suína na política de preço mínimo do Governo Federal e a criação de uma linha de crédito para a regularização ambiental no Plano Safra 2007/08. Também foi discutida a inclusão da carne suína nas compras do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para o programa Fome Zero e um pedido para realização de uma campanha de incentivo ao consumo de carne suína em todo o País. Outra medida abordada foi a possibilidade de a Conab definir um preço mínimo para o suíno, considerando as diferenças nos custos de produção do animal nas diversas regiões do País.
Nova rodada
Todos esses temas voltarão a ser discutidos em nova reunião que vai acontecer no dia 12 de junho, em Curitiba, e que terá a participação de representantes dos ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, do Desenvolvimento Social, Conab, Associação Brasileira de Criadores de Carne Suína e de associações de criadores dos três estados do Sul. O CMN aprovou a extensão da linha de crédito Empréstimo do Governo Federal (EGF) para a compra de milho pelos suinocultores integrados e à indústria, para os contratos realizados até dezembro de 2007. Antes apenas os produtores independentes das indústrias podiam captar recursos dessa linha.
Outra decisão é que a garantia do EGF junto às instituições financeiras poderá ser feita em equivalente carcaça. Os juros dessa linha de crédito serão os mesmos do crédito rural, de 8,75% ao ano para grandes produtores e indústrias e juros menores, de 3%, para os criadores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).