Redação AI 25/06/2003 – Produtores do Paraná, maior exportador do país, acreditam na imediata recuperação do consumo interno. Crescimento expressivo do consumo interno e expansão ainda mais forte das exportações ainda neste ano. É com essa previsão que os avicultores do Paraná, o maior exportador nacional, trabalham neste momento. O setor avícola nacional também aposta em um aumento do consumo de frango no mercado brasileiro a partir deste mês, em decorrência de três fatores básicos, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins.
“O início das restituições do imposto de renda, os reajustes salariais de diversas categorias profissionais com data base em maio, que foi da ordem de 19,5%, e do salário mínimo, em 20%, devem impulsionar as vendas nos próximos meses”, diz Martins.
O setor avícola paranaense trabalha atualmente com cerca de 70% da sua capacidade instalada, apesar do crescimento das exportações nos últimos meses. Martins acredita que o consumo médio nacional, da ordem de 34 quilos per capita/ano, possa atingir a até 40 quilos anuais, o que significará, caso o prognóstico se concretize, um aumento de 640 mil toneladas na produção brasileira e aumento do número de empregos no setor. “Cada mil frangos abatidos significam mais um emprego gerado”, informa.O setor avícola do País, segundo ele, trabalha com um quadro estável na economia para os próximos meses. Houve redução das oscilações da cotação do dólar e estabilidade na cotação do milho. “O dólar no patamar de R$ 3,00 muda pouco a planilha a curto prazo. Se a cotação cair, as receitas diminuem mas os custos também”, destaca Martins.
A preocupação com a cotação do dólar por parte dos produtores paranaenses tem uma razão forte: o estado é hoje o maior exportador nacional e os embarques de maio cresceram 10,4% em relação a abril.
Crescimento de 77,1%
No período de um ano o volume exportado de frangos pelas empresas paranaenses saltou de 18,8 mil toneladas para 33,3 mil toneladas, o que significa um incremento de 77,1%, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
A Cooperativa Agropecuária Cascavel Ltda (Coopacol), segundo o presidente da Sildiavipar, aumentou o abate de 100 mil para 140 mil aves diárias e já pode produzir 200 mil aves diariamente. Neste período analisado pelo Secex, os exportadores perderam parte do mercado russo, mas houve conquista de consumidores na Ásia, que compra coxas desossadas com pele e sem pele, o que leva o Sindiavipar a prever um crescimento das vendas externas em 12% neste ano sobre os US$ 331 milhões exportados durante o ano passado. “Temos recebido muitas consultas sobre exportações, pois já nos tornamos um estado exportador tradicional e de referência no mercado internacional”, ressalta Martins.
Ele destaca que há uma busca incessante de novos mercados e que a sua própria empresa, a Frangos A Gosto, responsável pelo abate de 35 mil aves diárias, já se prepara para aumentar a produção para 40 mil frangos/dia, com a perspectiva de maior consumo interno e estréia no mercado externo, ainda este ano. “Em maio do ano passado, 16,4% da produção paranaense eram destinados ao mercado externo. Em maio deste ano o percentual aumentou para 26,3%”, comemora.
O número de abates passou de 60,2 milhões para 66,5 milhões de cabeças, sendo que o volume processado mês passado – 126,5 mil toneladas – foi o segundo da avicultura paranaense, inferior apenas ao de janeiro passado – 129,9 mil toneladas.