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Produção de aves pode cair 30% no Paraná

<p>A preocupação dos avicultores se deve ao atraso no plantio do milho este ano por causa da estiagem.</p>

Redação (26/11/2007)- Associações que representam o setor de avicultura recomendaram na sexta-feira (23-11), após reunião realizada em Curitiba, que os produtores reduzam em até 30% suas produções até março, por causa do temor de que falte milho para alimentar os animais. As entidades aconselham também que não sejam fechados novos contratos de exportação, ao menos enquanto não houver informações claras sobre os estoques do grão disponíveis para o setor. Com isso, a expectativa é que o preço da carne de aves para o consumidor final possa sofrer aumentos nos próximos meses.

A preocupação dos avicultores se deve ao atraso no plantio do milho este ano por causa da estiagem. Como a expectativa é que a próxima safra seja colhida apenas no fim de fevereiro ou começo de março, os produtores de aves temem que haja falta do grão até lá. "O governo não sinalizou com precisão quais são os estoques de milho da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e não temos acesso às informações do setor privado", afirma Domingos Martins, vice-presidente da União Brasileira de Avicultura (Uba) e presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar). "Acreditamos que existe uma defasagem entre o que precisamos e o que está disponível no mercado", acrescenta.

Segundo Martins, anualmente o setor consome em todo o Brasil cerca de 36 milhões de toneladas de milho, que responde por 65% da alimentação das aves. "Como não sabemos ao certo se teremos milho suficiente até março, decidimos postergar o aumento de produção que estava previsto para o fim deste ano. Vamos levar os investimentos em banho-maria e não na velocidade que queríamos", diz. "Recomendamos que cada produtor faça uma reflexão sobre suas condições e reduza a produção em até 30%, caso necessário, e que novos contratos de exportação não sejam feitos", completa. Para o dirigente, a situação chegou a este ponto por um "erro de estratégia" dos avicultores, que não previam também um aumento recorde nas exportações de milho.

Caso a redução na produção seja confirmada, o preço do frango ao consumidor final deve sofrer reajustes até março. "Trabalhamos com a idéia de subir o mínimo possível, mas com certeza teremos que realinhar preços", declara Martins. Os produtores discutiram também a questão do preço do milho, que atualmente no mercado interno está mais caro do que o que é exportado. "No Paraná, pagamos entre R$ 28 e R$ 29 (pela saca), o que praticamente inviabiliza a produção. Apesar disso, a situação do Paraná ainda é melhor do que a de outros Estados", afirma Martins. Por isso, o setor analisa a possibilidade de importar milho da Argentina. Da reunião de ontem participaram representantes de empresas produtotas e de associações de avicultores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.