O diretor-presidente da Brasil Ecodiesel, Mauro Antonio Cerchiari, disse ontem que a meta da empresa para a Usina de Itaqui é alcançar em 2010 a capacidade máxima de produção de 100 milhões de litros/ano de biodiesel. Atualmente, a planta maranhense produz 70 milhões de litros/ano. Mauro Cerchiari, que esteve em São Luís, acompanhado do diretor de Relação com o Mercado, Charles Mann de Toledo, e outros executivos da empresa, fez sua primeira visita à usina do Itaqui depois que assumiu o comando da Brasil Ecodiesel, há três meses.
Ele também fez uma visita de cortesia à governadora Roseana Sarney, a quem informou sobre os planos da Brasil Ecodiesel para a planta de São Luís, uma das poucas usinas produtoras de biodiesel em operação na região Nordeste.
Segundo Mauro Cerchiari, a planta de São Luís, por ser estratégica para a Brasil Ecodiesel, uma vez que atende a parte dos mercados do Norte e Nordeste, passará por reestruturação e melhoria de processos, de modo a ampliar sua capacidade de produção.
A produção de biodiesel da planta de Itaqui é vendida à Petrobras por meio de leilões realizados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). No atual trimestre (outubro/dezembro), a usina comercializou 15 milhões de litros de biodiesel.
Para o primeiro trimestre de 2010, quando já estará em vigor a mistura de 5% de biodiesel ao diesel (B5), terá que entregar 19 milhões de litros de biodiesel que foram vendidos em leilão da ANP realizado dia 17 deste mês, o que representa 3,3% do fornecimento nacional.
Hoje, 90% da matéria-prima utilizada na produção de biodiesel no País são provenientes do óleo de soja. Os 10% restantes advêm do algodão, amendoim, palma de dendê, gergelim, girassol, mamona, canola e sebo ou gordura animal.
A Brasil Ecodiesel, com seis plantas industriais (Maranhão, Rio Grande do Sul, Tocantins, Bahia, Ceará e Piauí), pioneira no País na produção de biodiesel em escala comercial, teve uma experiência inicial com o óleo de mamona, mas que não foi muito promissora.
Hoje, a Brasil Ecodiesel tem no óleo de soja sua principal matéria-prima. A planta de São Luís, por exemplo, é suprida pela produção de óleo da ABC INCO, instalada no município de Porto Franco.
Alternativas – A empresa está procurando alternativas à soja, investindo em outras culturas, como girassol, algodão e até mesmo o pinhão manso. “Há a necessidade de migração para outras matérias-primas, uma vez que além do baixo teor de óleo (entre 18% e 20%), a soja é uma commoditie, sujeita à oscilações de mercado, e também utilizada como alimento”, observou o diretor-presidente da Brasil Ecodiesel.
A empresa está apostando, sobretudo no Pinhão Manso, planta nativa dos trópicos que desponta como alternativa em matéria-prima para a produção de biodiesel, pois seu teor de óleo é de 0,38% em cada semente, o dobro do grão de soja.
Tanto que fazendas da Brasil Ecodiesel em Minas Gerais, Ceará, Piauí e Bahia já contam com o cultivo de Pinhão Manso, destinados a seleção de sementes e pesquisas para o plantio em larga escala.