Redação SI 02/08/2002 – A suinocultura brasileira atravessa um período enigmático, devido principalmente aos insumos considerados caros, uma vez que têm seus preços dolarizados, e cujas altas os produtores não conseguem repassar ao animal vivo. Este, por sua vez, tem cotação decrescente em São Paulo, por exemplo.
Com relação à produção catarinense, para 2002, segundo levantamento prévio feito pelos técnicos do Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Instituto Cepa/SC), estimam-se 712 mil toneladas, um crescimento de 7,4% sobre o volume produzido no ano passado.
Este aumento se dará pelo crescimento da oferta e pelo aumento da produtividade, com destaque para o peso médio de abate mais alto. Esta estimativa é do analista de mercado do Icepa, Jurandi Soares Machado. No primeiro semestre, os abates atingiram 4,3 milhões de cabeças, uma expansão de 6,4% sobre o mesmo período de 2001.
Machado também prevê redução na produção, mas alerta que isso não redunda em queda de oferta. Em razão das dificuldades de mercado, as indústrias e os pequenos abatedouros estão segurando os abates, represando a produção no campo. As atuais previsões para a produção estadual poderão ser revistas mais ao final do ano.
As expectativas de reação do mercado no inverno, como sempre ocorre, foram frustradas neste ano, cuja demanda pela carne não foi capaz de promover enxugamento dos excedentes, além do que a instabilidade dos preços deve persistir.
O analista também prevê que a pressão sobre os custos tende a se intensificar, fato que poderá encolher a produção de carne suína, seja pela eliminação de matrizes, seja pela diminuição do peso médio de abate. Porém, ele acredita que a estabilidade do mercado será efetivada em meados do primeiro semestre de 2003, quando surtirão os efeitos da redução da produção do produto.