Redação AI 03/07/2002 – Em reunião realizada ontem em Curitiba os produtores de frango do Paraná, Santa Catarina e São Paulo decidiram reduzir a produção em 8%. O objetivo é diminuir a oferta de frango no mercado e com isso recuperar os preços ou então impedir que caiam mais. O Paraná é hoje o maior produtor de frango do país, detendo uma fatia de 20% do mercado.
A redução começa imediatamente no alojamento de pintinhos, mas os reflexos se darão em 45 dias, segundo o presidente do Sindicato dos Abatedouros de Aves do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins. “O que verificamos hoje é um excesso na oferta de frangos e os preços estão em queda livre. Diminuindo a oferta, nosso objetivo é manter os preços que pelo menos remunerem a produção, já que a grande maioria dos abatedouros está operando no vermelho, diante da alta dos insumos e do baixo preço do frango”, explica Martins.
O presidente do Sindiavipar lembra que há oito anos, no início do Plano Real, o quilo do frango no atacado era vendido R$ 1,40. “Hoje, o preço é de R$ 1,20, ou seja, menos do que custa um litro de água mineral ou uma garrafa de cerveja.”
Carta
A reunião de ontem foi promovida pela Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Avipar), Associação Paulista de Avicultura e Associação Catarinense de Avicultura. Ao final do encontro foi aprovada a Carta de Curitiba, que será entregue aos produtores de frango de todo o país, para que adotem a mesma postura. Este documento também será levado para apreciação no dia 10 de julho próximo, em São Paulo, na reunião da União Brasileira de Avicultura.
A produção de frango de corte no Paraná, este ano, acumula alta de 9,1% em comparação com a de 2001. Entre janeiro e maio, foram abatidas 300,5 milhões de cabeças, contra 275,37 milhões registradas nos primeiros cinco meses do ano passado. Este aumento no volume de abate fez a média mensal de aves comercializadas subir de 55,06 milhões para 60,11 milhões.
Para o diretor da Globoaves, Roberto Kaefer, a única alternativa para o setor de frangos é reduzir o volume, já que o custo dos insumos estão cada vez mais elevados em função da alta do dólar.
A medida tomada ontem não prejudicará os integrados, explica Roberto Kaefer, uma vez que será reduzido o volume de cabeças por metro quadrado, que está em níveis elevados. Segundo ele, hoje são alojadas 15 aves por metro quadrado. Com a redução acertada ontem, este número cairá para 12 aves por metro quadrado.