Os criadores de aves de São Bento do Una, no agreste de Pernambuco, comemoram a recuperação na produção de ovos. O setor foi prejudicado pela seca nos últimos anos.
Três milhões de ovos saem por dia das granjas do município, a maior produção de todo o Nordeste. E pensar que a seca provocou uma crise sem precedentes na avicultura local.
Em dezembro de 2012, dezenas de galpões estavam vazios, 40% dos pequenos e médios produtores abandonaram a atividade. A produção de ovos despencou e muitos empregos foram extintos. Só uma granja demitiu sete funcionários nos tempos de escassez, mas há 10 meses, ela voltou a contratar.
A esperança renasceu no início do período chuvoso. A saca de milho com 60 quilos, que no auge da seca chegou a custar R$ 42, agora é vendida por R$ 30.
Mas outro problema ainda preocupa os avicultores. O períodos das chuvas no agreste já terminou e, mais uma vez, o resultado foi negativo. Pelo terceiro ano seguido, choveu menos do que a média histórica na região, não foi possível acumular água e os reservatórios estão vazios.
Para garantir a sobrevivência dos animais, é preciso buscar água em outros municípios, o que encarece a produção.
Os caminhões-pipa rodam o dia todo. A atividade consome muita água e a despesa é grande.
A avicultura gera 3 mil empregos diretos e para evitar que a principal atividade econômica do município entre em colapso novamente é preciso não depender apenas da chuva. “Nossa esperança é uma barragem que está sendo construída e se Deus quiser, isso vai resolver”, diz Paulo Renato Araújo, secretário de Agricultura de São Bento do Una.