Redação SI 19/07/2002 – A produção de carne suína deverá crescer 6% este ano, devendo situar-se ao redor de 2,37 milhões de toneladas. As vendas no mercado interno devem permanecer estáveis em 2002, provavelmente com registro de pouco mais de 2,0 milhões de toneladas. Já as exportações devem se manter em expansão, ao redor de 20%, dando continuidade ao comportamento registrado nos últimos dois anos, mas não será o suficiente para enxugar todo o volume ofertado.
Estas informações são decorrentes de um estudo realizado pelo técnico do Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Instituto Cepa/SC), Jurandi Soares Machado, que completa dizendo que, se as vendas permanecerem firmes, sobretudo para o mercado russo, e se for concretizado um aumento nos negócios com a China e o Japão, as exportações poderão se aproximar das 320 mil toneladas em 2002.
De acordo com o técnico, apesar do baixo desempenho econômico apresentado pela suinocultura brasileira no primeiro semestre, as estimativas ainda são de aumento. “Somente mais ao final do ano poderá haver modificações nas expectativas, por conta de uma eventual eliminação de matrizes e/ou diminuição do peso médio de abate”, prevê o técnico do Icepa.
Mesmo assim, as perspectivas para 2002 podem ser evidenciadas pelo crescimento dos abates no Sul do País, principal região produtora, com aproximadamente 60% da produção nacional. De janeiro a maio, os abates regionais atingiram 8,1 milhões de cabeças, 13,8% a mais do que no mesmo período do ano passado, indicando que a produção regional deve se aproximar dos 20 milhões de cabeças. Este resultado, segundo Jurandi, permite projetar uma oferta nacional de 32,24 milhões de cabeças para 2002.
O amadurecimento dos investimentos feitos no Centro-Oeste e no Sul do País, o crescimento da produtividade no Sul, a rentabilidade de 2001 e a expectativa de continuidade da expansão das exportações são apontados pelo técnico como fatores que estão estimulado o crescimento da produção. Os números relativos aos investimentos das grandes empresas do setor sugerem a possibilidade deste crescimento ser ainda maior. A comprovação do aumento da oferta nos primeiros cinco meses do ano e o represamento da produção, seja no campo, seja nas indústrias, confirmam as estimativas.