Redação (28/11/06) – A avaliação é do ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, que abriu hoje (27) a Feira Internacional de Agroenergia e dos Biocombustíveis, em Brasília. O encontro vai até quarta-feira (29) e reúne empresários e autoridades do Brasil e
do exterior.
Para o ministro, a experiência brasileira no desenvolvimento de
combustíveis renováveis pode fazer o país avançar rumo a uma posição de liderança no setor. “O Brasil tem todas as condições de conduzir a transição da civilização do petróleo para a civilização da bioenergia”, declarou.
O ministro da Agricultura também classificou como “prioridade nacional” a produção de biodiesel com plantas oleaginosas como mamona, dendê e pinhão. Guedes Pinto reafirmou que o governo se comprometeu, por lei, a adicionar 2% de biodiesel ao diesel em 2008. “Como o país consome 40 bilhões de litros por ano, pelo menos 800 milhões de litros passarão a ser produzidos em breve”, estimou o ministro.
Ele reiterou que o governo está determinado a antecipar a meta de 5% de biodiesel na mistura, que só passaria a valer em 2013. Para isso, o ministro ressaltou a criação do Centro Nacional de Pesquisa em Agroenergia. Desenvolvido este ano pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o centro pesquisa 17 espécies de vegetais e tem investimento previsto de R$ 36 milhões em 2007. “As experiências nessa área ainda são recentes, mas as perspectivas são animadoras”.
O ministro aproveitou a conferência para rebater as críticas de que a
Na abertura do evento, o ministro apresentou um levantamento da Embrapa que assegura a conservação dos recursos naturais no Brasil. Segundo o estudo, o país ainda tem conservados 69,5% das florestas nativas na comparação com os últimos 8 mil anos. “Na Europa, esse percentual é de 0,3% e na Ásia, de 5,6%”, comparou.
De acordo com o ministro, a produção de álcool de cana representa um
exemplo de como o Brasil está investindo em novas fontes de energia e se livrando da dependência do petróleo. Ele destacou que atualmente 40% da frota de veículos brasileiros é movida a etanol e que 80% dos carros saíram da fábrica este ano com o sistema flex, que funciona tanto com álcool quanto com gasolina.
Para ele, a adesão ao álcool de cana-de-açúcar traz benefícios à economia e ao meio ambiente. “Além de menos poluente, o álcool cria empregos no campo e é produzido de forma muito menos centralizada que o petróleo”, observou.
Para justificar o pioneirismo do Brasil no uso do etanol, o ministro
lembrou que a história do etanol no país é anterior ao Proálcool, programa criado pelo governo na década de 70 para desenvolver a produção do álcool de cana. “Na verdade, os primeiros usos do álcool foram feitos há 100 anos, quando os carros começaram a chegar ao Brasil”, salientou. “Durante a crise da década de 30, o álcool também era largamente utilizado para substituir os combustíveis tradicionais”, acrescentou. Com informações da Agência Brasil.