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Produtores programam protestos

Criadores de suínos do oeste catarinense vão às ruas amanhã (23) para protestar contra os baixos preços e elevados custos de produção.

Redação SI 22/08/2002 – Produtores de suínos de Joaçaba, Concórdia, Arvoredo e Seara, na região Oeste, vão às ruas amanhã (23) para protestar contra a falta de alternativas de combate à crise que assola o setor. Estão previstas panfletagens, passeatas e concentrações em praças e portas das agroindústrias. O movimento é organizado pelos núcleos de criadores de suínos.

Nos municípios produtores, o clima é de desespero. Não há nenhuma esperança de que o problema se resolva em curto prazo. As agroindústrias continuam exportando, mas a oferta de carne permanece elevada. Tanto que muitos produtores têm tomado medidas drásticas como o isolamento das matrizes (para evitar que elas sejam cobertas durante o cio) e até mesmo o sacrifício de leitões. O prejuízo, por causa da queda no preço, já chega a R$ 30,00 por suíno de 100 quilos entregue nos frigoríficos. Os poucos recursos que tinha capitalizado, até a metade do ano passado, o produtor já gastou para manter a produção nos últimos quatro meses, quando a crise se agravou.

O cenário negro para os próximos meses, segundo o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Paulo Tramontini, é pintado pelo desinteresse dos agricultores pelo plantio do milho, pelo alto custo da torta de soja e pela manutenção do descompasso entre oferta e procura. Dificilmente, conforme o dirigente, o produtor conseguirá escapar dos prejuízos antes de janeiro do próximo ano.

Para os produtores de Seara e Arvoredo, municípios com as maiores populações de suínos do Estado, o importante das manifestações é chamar a atenção da sociedade e explicar o drama vivido. Por causa disso estão sendo produzidos folhetos explicativos, que serão entregues à população.

O diálogo também é defendido pelo Núcleo de Criadores de Suínos de Chapecó, que apesar de não promover nenhuma manifestação amanhã, trabalha para a mobilização e conquista do apoio da sociedade. O presidente de núcleo, Laudino Piazza, diz que a única saída para a crise é o controle da produção, com o fim da expansão desenfreada e sem planejamento.