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Queda da ração deixa preço do suíno estável

Apesar do problema sanitário que ocorre no Sul do País com novos focos do mal de Aujeszky, os preços agrícolas dos suínos em SP ficaram estáveis na terceira quadrissemana de maio.

Redação SI 27/05/2003 – Apesar do problema sanitário que ocorre na Região Sul do País com novos focos do mal de Aujeszky, os preços agrícolas dos suínos no Estado de São Paulo ficaram estáveis na terceira quadrissemana de maio. Porém, o respiro na tendência de queda não deverá se sustentar por muito tempo. Nas próximas quadrissemanas, voltarão a cair.

Segundo o diretor do Instituto de Economia Agrícola, Nelson Martin, o preço do suíno vem caindo desde o começo do ano e o que promoveu a sustentação dos preços na terceira quadrissemana de maio foi a queda de cerca de 10% nos preços da ração.

“O setor está no prejuízo e foi aliviado pela redução no preço da ração, mas a questão do embargo da Rússia está prejudicando os produtores, pois cerca de 50% das exportações brasileiras eram para esse país. A solução, que já está sendo aplicada nos Estados do sul, é o descarte das matrizes, pois não há como sustentar os suínos sem a possibilidade de comercialização do produto.”

Para o executivo, também não há possibilidade de comercializar os suínos no mercado interno, uma vez que o consumo per capita nacional é de um terço do de carne bovina e de aves. Além disso, os preços do frango e dos bovinos tiveram uma redução de 20% e 7% respectivamente.

“Hoje é fácil encontrar promoções de carne bovina e de aves nos supermercados, o que leva o consumidor a comprar esse tipo de produto em detrimento da carne suína.”

A solução imediata, para Martin, é mesmo o descarte de matrizes, como foi feito com o frango e ovos. “Os produtores também terão que vender o suíno mais leve em conseqüência do ciclo de criação mais longo, pois isso reduz os custos com ração e alojamento.”

O Índice de Preços Recebidos pelos Produtores agrícolas de São Paulo (IPR) na terceira quadrissemana de maio continua negativo, tendência que deve permanecer nas próximas quadrissemanas.

Os preços agrícolas registraram queda de 3,73% no período, porém houve uma recuperação de 0,08 ponto percentual em relação à quadrissemana anterior.

Segundo Martin, os preços tendem a continuar em queda, pois vários produtos se encontram em plena safra e também em razão da queda do dólar, o que prejudica as exportações.

Dos 19 produtos analisados, apenas seis apresentaram crescimento nos preços: algodão, amendoim, arroz, batata, café e cana-de-açúcar. Onze tiveram reduções: banana, cebola, laranja, milho, soja, tomate, trigo, aves, boi-gordo e ovos. Leite e suínos ficaram estáveis.