Redação (01/08/07) – Os prejuízos da indústria frigorífica mato-grossense com a greve dos fiscais agropecuárias federais já podem ter ultrapassado a R$ 110 milhões nos oito dias do movimento. O cálculo é do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), que estima perdas diárias de R$ 14 milhões com a redução em 70%, no volume de emissões de certificado exigido para o trânsito dos produtos, inclusive para exportação.
A alta ensaiada nos preços da arroba pode recuar devido à pressão interna dos volumes represados nos frigoríficos e que pelo tempo de espera terão de ser desovados no mercado doméstico. No último dia 23, a arroba no Estado atingiu a melhor cotação dos últimos quatro anos, chegando nas regiões habilitadas à União Européia a R$ 58.
Para o diretor financeiro da Associação dos Criadores do Estado de Mato Grosso (Acrimat), Júlio Rocha Ferraz, a paralisação de 70% nos serviços de inspeção e certificação de carnes bovinas reflete em toda a cadeia produtiva pecuária, “além de prejudicar o cumprimento dos contratos de exportação”. Segundo Júlio Rocha, quando a indústria frigorífica é atingida de alguma forma, a pecuária também sofre e toda a cadeia é afetada. “É como se fosse um efeito dominó, em que todos acabam sendo atingidos”.