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Mercado Interno

Recorde em 2011

Cotação da carne suína brasileira mantém ritmo altista e deve bater recorde em 2011. Período é marco na recuperação do setor.

Recorde em 2011

As cotações da carne suína brasileira ainda devem manter o ritmo altista até o fim do ano. A expectativa do mercado, que considera este período como o marco no processo de recuperação do setor, está agora no início dos embarques da carne do Brasil para os Estados Unidos e União Europeia. No entanto, apesar do futuro promissor sinalizado para a suinocultura do País, também com a previsão de preços firmes em 2011, o avanço no mercado externo pode ser comprometido pela instabilidade cambial.

De acordo com Felipe Netto, analista da Safras & Mercado, a estimativa é de que até o fim do ano o produto nacional ultrapasse as fronteiras dos Estados Unidos. Já as exportações para países da Europa podem ocorrer em 2011. “Se o câmbio girar em torno de R$ 2 será interessante para a indústria”, afirma, considerando utópico no curto e médio prazo ocorrer essa valorização da moeda norte-americana.

Por outro lado, com o aumento no consumo de carne suína no mercado doméstico, devido especialmente à alta do bovino, os criadores e a indústria nacional apostam em mais elevações nas cotações da carne. Já que a oferta de suíno para abate, como ocorre na pecuária, é curta.

Dados da Safras & Mercado mostram que se comparados os valores médios da carne no mercado físico, em outubro de 2009 e no mesmo período em 2010, o avanço nos preços foi de 27,67%. Em 2009, o quilo do suíno que estava em média R$ 2,24, em 2010 passou a R$ 2,86.

O aumento registrado no atacado é de 31%, de R$ 3,45 em 2009, para R$ 4,53 em outubro deste ano. “Os preços sobem semanalmente, principalmente em Santa Catarina, maior estado produtor, Rio Grande do Sul e Paraná”, aponta.

De acordo com número do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no mês passado, a média do quilo do animal vivo negociado em São Paulo era de R$ 3,23, o maior valor desde outubro de 2008, quando a média real foi de R$ 3,79 o quilo. No acumulado de 2010, o quilo do suíno vivo subiu quase 20% e, em outubro, 6%.

Para o Cepea, a demanda pelo animal vivo está aquecida, devido à forte valorização das carnes concorrentes, que tem elevado o consumo da carne suína.

A Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) registrou um aumento real de 22,5% sobre o preço do suíno na integração. No mercado independente o aumento foi de 28,88%. Se subtraído o aumento no custo de produção, de acordo com estudo da ACCS, de 7,5%, o avanço real no estado foi de 15% e 21.38% respectivamente.

Em Minas Gerais, o preço do quilo da carne em 2009 que girava em torno de R$ 2,80, hoje está na casa dos R$ 3,50 por quilo. Em São Paulo, a arroba varia entre R$ 63 e R$ 65, os valores correspondem, respectivamente a R$ 3,36 e 3,47 o quilo do suíno vivo.

Segundo o analista, o crescimento do setor que na temporada de 2008 para 2009 foi de 6%, e este ano deve fechar em apenas 2,5%, em 2011 pode dobrar.

De acordo com Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da ACCS a preocupação, além da questão cambial, está no custo de produção, com a alta do milho. “Mesmo assim estamos otimistas. Em 2011 os preços continuam firmes”, afirma.

Para Lorenzi, a tendência ainda é de alta para o suíno, com mais demanda já que os cortes in natura do porco e do boi chegam a R$ 32 de diferença. “A picanha bovina se comparada a suína, está R$ 32 mais cara, e o filé bovino custa R$ 20 a mais que o produto suíno”, comenta o presidente.

A oferta ajustada de carne suína em 2010 se deu principalmente pelo abate de matrizes acentuado com a crise econômica mundial durante a safra de 2008/2009. Os animais abatidos hoje são mais leves, o que diminui a oferta de carne.

Segundo Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), o abate de matrizes sempre ocorre quando as cotações da carne diminuem, e este cenário do setor trata-se apenas de uma questão sazonal. “Todos estão otimistas com as recentes altas em geral, a bovina foi a mais surpreendente. O aumento no custo de produção o criador consegue repassar”, diz.