Redação (29/05/06) – Em reunião realizada em São Paulo na última sexta-feira, o Grupo de Acompanhamento das Tendências do Mercado do Frango da UBA (internamente, CIA Central de Informações Avícolas) constatou que fatores não previstos neutralizaram, senão totalmente, boa parte dos esforços desenvolvidos pela avicultura de corte para readequar sua produção a novos níveis de demanda. Daí a conclusão de que a recuperação do mercado prevista para maio corrente ou, o mais tardar, junho próximo pode demorar mais que o esperado.
Embora mais fatores possam ter interferido na questão, a CIA apontou cinco grandes causas do fraco desempenho do frango em maio corrente (vide quadro abaixo). Que podem ser sintetizadas, de um lado, por um imprevisto recuo do consumo, enquanto do outro lado ocorria um (também imprevisto) aumento de oferta.
A propósito da oferta: maio vem sendo efetivamente, até aqui, o período do ano de menor disponibilidade de frangos para o abate. Mas a realidade é que tanto por força de exportações não realizadas, como em decorrência de formação de estoques especulativos (empresas que apostaram contar com um excepcional consumo no Dia das Mães) a oferta do produto sofreu forte elevação no período que antecedeu o 14 de maio. E isso só, independente dos fatores que abalariam o consumo, foi o suficiente para “travar” o mercado e ocasionar a deterioração do mercado.
Os integrantes da CIA concordam: continua faltando frango. Mas apenas frango vivo ressalvam. Ou seja: a eventual retomada de preços da ave viva não significa, necessariamente, que haja uma retomada geral no setor: o frango abatido pode continuar enfrentando problemas, tanto no atacado como no varejo.
Em suma, o que causa preocupação na CIA é a possibilidade de alguns fatores negativos hoje prevalentes persistirem por mais algum tempo. O que levou o Grupo a recomendar que a produção seja mantida nos mesmos níveis registrados no bimestre março-abril (330-340 milhões de pintos de corte mensais), “até que haja absorção dos estoques existentes e o consumo se regularize, quando então o setor poderá retornar aos níveis normais de produção”.