Redação (6/4/2009) – Uma propriedade onde a terra vem sendo cultivada há mais de 70 anos tem obtido resultados cada vez melhores, contrariando o que normalmente acontece em lavouras onde o solo é explorado ao limite sem os devidos cuidados. São justamente esses cuidados que o produtor rural André Muller Carioba Arndt, de Londrina, tem tomado ao trabalhar em suas lavouras na Fazenda Cachoeira, propriedade que a família mantém no município de São Sebastião da Amoreira, a 68 quilômetros de Londrina (Norte).
Uma comparação entre as médias nacionais e os índices de produtividade obtidos pelo produtor em suas lavouras mostra que o investimento em tecnologia é compensador. Na mesma propriedade, Carioba produz milho, soja, trigo e feijão utilizando a chamada agricultura de precisão. Ele afirma que, no caso do milho, a sua produtividade média atinge 11,4 mil quilos por hectare, mais que o dobro da média nacional, que é de 5,4 mil quilos. Na lavoura de soja, o rendimento chega a 3,6 mil quilos por hectare contra uma média nacional de 2,1 mil quilos. No caso do feijão, cultura que tem uma produtividade média nacional inferior a 1,5 mil quilos por hectare, Arndt, colhe 3,3 mil quilos.
Segundo ele, esses altos rendimentos são resultado da maneira como a terra da propriedade é tratada. Ele explica que todas as vezes que faz análise de solo de suas lavouras a coleta das amostras é feita a cada dois hectares, quando normalmente o procedimento é feito a cada 50 hectares.
Feita a análise, os resultados obtidos são repassados ao computador para tabulação dos dados, e em seguida são transferidos para o computador de bordo do trator. ”Com essas informações, o trator aciona o mecanismo do implemento que aplica o insumo (calcário, fósforo e outros) apenas nos locais que precisam de correção e na quantidade exata que o solo necessita”, explica.
Dessa maneira, ele otimiza a aplicação dos insumos, evitando desperdícios e eliminando os riscos de desequilíbrio físico-químico do solo. O produtor mostra, por meio de cálculos, que o sistema é compensador. ”Enquanto um produtor gasta 100 sacas de milho para plantar sem adubação e correção e obtém produtividade de 5,4 mil quilos por hectare, aquele que investe nos cuidados do solo gasta 130 sacas por hectare, mas colhe mais de 10,8 mil quilos”, contabiliza.
Além desses cuidados, Carioba afirma que utiliza o sistema de plantio direto para as lavouras de soja, trigo e feijão. No caso do milho, que cultiva para fazer silagem, a terra é preparada com escarificação. As áreas de lavoura também são irrigadas com pivô central. Como o milho é colhido com 90 dias e o feijão com 85 dias, o produtor afirma que consegue plantar até quatro vezes por ano na mesma área, numa rotação constante de cultura.
O milho cultivado na fazenda abastece o confinamento de gado de corte que carioba mantém na mesma propriedade. A atividade também vem obtendo bons resultados, segundo ele. O confinamento da Fazenda Cachoeira abriga 6,5 mil cabeças de gado. Por esse sistema, afirma o produtor, os animais vão para abate com idade entre 20 e 26 meses, enquanto no sistema convencional, esse tempo é de 36 meses