Redação SI 18/09/2003 – A crise financeira dos suinocultores dura mais de um ano e meio e repercute na dívida de R$ 90 milhões dos produtores, que encontram-se descapitalizados em função dos altos custos de produção e dos baixos preços pagos pela produção. O resultado são dificuldades para cumprir os compromissos bancários. Os suinocultores estão otimistas em relação ao trabalho dos deputados gaúchos, que instalaram em junho a CPI das Carnes. Mas uma das suas lutas prioritárias, neste momento, é pela renegociação das dívidas.
Valdecir Luís Folador, suinocultor da região de Erechim (RS), diz que
As dívidas começaram a vencer e, agora, os bancos não querem aceitar o pedido dos produtores para renegociação. O banco quer receber, e ele está certo. Queremos é que o banco seja sensível, parceiro, e alongue esta dívida, caso a caso. O produtor de suínos não é caloteiro e é um bom pagador de dívidas. Só não está conseguindo pagar agora porque não estava tendo renda na sua atividade, e só agora esta situação começa a mudar. A suinocultura é uma corrente de seis elos: o fornecedor de insumos, as agroindústrias e os supermercados só vendem com lucro, o governo cobra impostos, o consumidor paga caro, e o produtor é o único que tem que trabalhar, produzir, sem garantia de renda,” desabafa Valdecir.
CPI das Carnes
A Comissão Parlamentar de Inquérito das Carnes é constituída, no final de junho, com o objetivo de investigar as causas da atual situação econômica e financeira da suinocultura e da bovinocultura de corte, assim como práticas de infrações à ordem econômica nestas cadeias produtivas e seus derivados.
Após três meses de sua instalação, inúmeros depoimentos foram feitos à CPI das Carnes, da Comissão de Agricultura Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa do RS. Os deputados ouviram produtores, representantes de agroindústrias, do varejo, dos consumidores e outros setores envolvidos.