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RS: fiscais apreendem 262 mil ovos na Ceasa

<p>Ação conjunta de órgãos técnicos dos governos federal e estadual inspecionaram as bancas em Porto Alegre .</p><p></p>

Redação AI (24/03/06)- Fiscais do Ministério e da Secretaria Estadual da Agricultura, Procon e Vigilância Sanitária apreenderam ontem cargas de ovos comercializados irregularmente na Ceasa, em Porto Alegre. Em duas bancas da central, os técnicos encontraram ovos sujos de fezes, sem condições para o consumo humano. Esse problema pode provocar, inclusive, intoxicação por salmonella, salienta Consuelo Paixão Côrtes, responsável pela inspeção de produtos de origem animal no Ministério da Agricultura. Ela explica que os comerciantes compram das indústrias o produto armazenado em caixas lacradas e que normalmente não são abertas no momento da negociação. Nas bancas onde foi constatada a irregularidade, foram apreendidas 730 caixas com 30 dúzias cada, um total de 262,8 mil ovos. O alimento será destruído por não seguir os padrões para o consumo. 

As empresas que emitiram as cargas contendo sujeira serão autuadas e podem ser obrigadas a ressarcir os comerciantes, que também devem responder a processo junto ao Procon. Celso Edgar Villa, responsável por uma das bancas onde foi verificado o problema, diz que compra ovos há mais de cinco anos e nunca enfrentou esse tipo de situação. Vou entrar em contato com a empresa para ver que tipo de procedimento será seguido, declara. Na banca do comerciante são comercializadas, por semana, 1,5 mil caixas de 30 dúzias. 

A ação de fiscalização realizada ontem também foi motivada porque os técnicos receberam denúncias de que os ovos estariam sendo vendidos sem o selo de inspeção federal (SIF) por granjas do Rio Grande do Sul e de outros estados. Ainda houve denúncia sobre a comercialização de ovos galados, destinados à produção de pintinhos, e que estragam rapidamente por terem mais sensibilidade às variações de temperatura. Nas últimas semanas, houve um aumento na oferta de ovos de incubatório no mercado devido ao recuo na produção de carne provocada pelo avanço da gripe aviária no mundo. 

Esse alimento também precisa de cuidados no transporte e armazenagem, e isso significa, por exemplo, o uso de bandejas novas, que não tenham sido utilizadas outras vezes, observa Eduardo dos Santos, secretário executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). Segundo ele, desde a primeira quinzena deste mês, foi constatada a entrada de 20 mil caixas de ovos de incubatório no mercado gaúcho. Na operação realizada ontem os fiscais não encontraram cargas desse tipo ou sem certificação federal.