Redação (30/03/07) – A decisão foi tomada pela Secretaria da Agricultura em reunião com representantes de pecuaristas, frigoríficos e supermercados do Estado.
A entrada de carne com osso estava proibida desde fevereiro como prevenção diante dos focos de febre aftosa registrados na Bolívia, mas agora os pareceres técnicos da própria secretaria e da Delegacia Federal da Agricultura indicam que é possível "flexibilizar" as regras, explicou o secretário João Carlos Machado. A nova portaria será publicada nos próximos dias.
Segundo Machado, a entrada de carne das regiões liberadas dependerá de autorização prévia da secretaria. O roteiro da carga será pré-determinado e os produtos deverão ser lacrados e passarão por inspeção estadual ou federal no destino. Em caso de descumprimento, o carregamento será destruído e o comprador poderá perder eventuais incentivos fiscais estaduais e o direito de fazer novas aquisições fora do Estado.
A reabertura do mercado gaúcho para a carne de regiões com o mesmo status sanitário havia sido cobrada na semana passada pelo delegado federal da Agricultura no Rio Grande do Sul, Francisco Signor, porque o Estado era o único que aplicava normas "em desacordo" com as instruções do ministério. A medida também era aguardada com expectativa pelos frigoríficos, mas rejeitada pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Ronei Lauxen, o segmento vinha enfrentando falta de matéria-prima nos últimos meses devido à redução das pastagens nesta época do ano e ao aumento das exportações, inclusive de bois vivos. "Em fevereiro abatemos 25 mil cabeças a menos e em março, 20 mil". O volume normal chega a 160 mil animais.
Conforme Lauxen, a situação elevou os preços da carne no Rio Grande do Sul a 25% acima da média nacional, mas agora os pecuaristas temem que a medida provoque uma queda exagerada das cotações. Da metade de 2006 para cá, os preços subiram de R$ 1,80 para R$ 2,20 o quilo do boi vivo, proporcionando rentabilidade para reinvestir na produção, afirmou o presidente da comissão de pecuária de corte da Farsul, Carlos Simm.