Redação (05/02/07) – Amargando queda de 24% na cotação do produto de 2005 para 2006, o segmento inicia 2007 enfrentando excesso de oferta no mercado interno brasileiro, que encerrou o ano passado com excedente de 100 mil toneladas.
De acordo com o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, o valor do quilo do suíno vivo pago aos produtores independentes caiu de R$ 2,38 para R$ 1,84. Entre os integrados, de R$ 2,15 para R$ 1,60.
A situação é pior porque a safra de milho, que começa a ser colhida neste mês, deverá atingir patamares de preço acima da média dos últimos anos, encarecendo o custo básico da atividade. “O grão tem batido recordes de preço por causa da demanda americana por etanol”, justifica. Para equalizar a oferta e a demanda no mercado interno, Folador projeta que a exportação brasileira deveria ficar em 750 mil toneladas por ano, 42% a mais do que as 528,19 mil toneladas exportadas durante o ano passado.
“O mercado foi prejudicado devido ao embargo russo a estados como Santa Catarina e Paraná”, explica. Em 2005, o Brasil havia feito remessas de 624,99 mil toneladas ao exterior. Embora o volume de exportações dos cortes suínos do RS em 2006 tenha sido 68,15% maior do que no ano anterior, o reflexo não chegou ao produtor.
De acordo com Folador, o preço médio recebido pela carne suína exportada no ano passado foi 19% maior ante 2005, mas nada foi repassado ao setor produtivo. “Em dólar, a tonelada da carne passou de 1.868 mil para 2.265 mil.” Assim como a indústria suína, os produtores esperam que a Rússia reabra as importações de suínos de Santa Catarina e Paraná em março próximo. Se isso não acontecer, o temor é que o suinocultor vá trabalhar no prejuízo em 2007.