Redação (22/11/06) – Furlan acaba de voltar de Moscou, e a reunião tratará do embargo russo à carne suína catarinense. A comitiva quer que o governo federal seja mais incisivo na cobrança de uma explicação dos russos sobre a permanência da barreira.
O embargo do país a Santa Catarina começou em 13 de dezembro de 2005, depois da descoberta de casos de febre aftosa em bovinos no vizinho Paraná, em outubro. Santa Catarina, o maior produtor de suínos do Brasil, chegou a ficar com 100 mil animais represados meses depois, por não conseguir vender sua produção, e o preço ao criador caiu de R$ 2,50 para R$ 1 o quilo do suíno vivo. E o Estado segue embargado embora Moscou tenha reaberto as portas às vendas de outros locais, como Rio Grande do Sul e Mato Grosso.
Segundo o secretário de Defesa Agropecuária de Santa Catarina, Roni Barbosa, acordo entre Brasil e Rússia previa que um Estado vizinho a outro com foco de aftosa ficaria embargado por um ano após o registro da doença, prazo que já venceu.
Por isso, diz o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Santa Catarina (ACCS), Wolmir de Souza, é preciso cobrar um posicionamento. Segundo informações da Secretaria de Agricultura, o Estado perdeu US$ 30 milhões por mês, desde dezembro, com a trava.
Há meses circulam no segmento hipóteses para explicar a demora de Moscou: balança comercial bilateral desfavorável aos russos, intenção russa de fortalecer sua produção própria de suínos, perda de credibilidade do Brasil pela demora no fornecimento de informações sobre aftosa e acusações de suposto pagamento de propina a fiscais russos em Santa Catarina.