Redação SI (29/06/06)- A cadeia produtiva tem à sua disposição mecanismos de qualificação, certificação, de administração e comercialização consorciada de carne suína de grande potencial, pouco conhecidos e praticamente não utilizados, e que podem constituir uma alternativa importante para garantir o aumento da participação do produto no mercado. Esta é a conclusão a que chegaram os participantes da segunda etapa do Seminário de Produção Integrada, realizada na tarde de ontem, em Brasília, como fruto de uma parceria entre o Ministério da Agricultura e a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos
Coordenador Geral do Núcleo de Integração para Exportação (NIEx) do Ministério da Agricultura, Daniel Amin Ferraz falou sobre o Programa de Integração do Agronegócio, focando na exportação. E apresentou como instrumentos básicos do sucesso de um Programa de Integração os consórcios rurais e os condomínios. Essas ferramentas permitem a união entre produtores, ou de produtores com a indústria, ou aiinda entre indústrias, possibilitando compras em conjunto, mantendo benefícios fiscais próprios do setor agropecuário e facilitando e colocação dos produtos no mercado.
Poder industrializar a comercializar sem perder os benefícios fiscais do setor rural foi um grande avanço, um verdadeiro presente dado ao setor do agronegócio comentou Amin Ferraz. O Coordenador, advogado com especialização na área comercial, acentuou que hoje não há mais diferença entre mercados local, nacional e internacional as empresas têm que estar preparadas para oferecer o produto aos mercados, estejam onde estiverem. Até porque, segundo a avaliação de Amin, se uma determinada empresa consegue atender as exigências do mercado internacional significa que ela estará melhor preparada para atender o mercado interno.
Para o Coordenador, o Brasil não vende, é comprado. Para alterar essa condição, o Ministério da Agricultura coloca à disposição do setor várias ferramentas, como o curso de formação de cooperação empresarial e um manual de procedimentos de exportação. Além disso, o desenvolvimento dos processos de integração é facilitado pela possibilidade de construção de condomínios, permitindo alcançar objetivos comuns voltados para mercados complexos e exigentes.
Os mecanismos apresentados podem ser utilizados por pequenas, médias ou grandes empresas. Amin apresentou uma relação com apenas três condomínios/consórcios já implantados e quatro outros em andamento. O espectro dos participantes vai desde de um grupo de pequenos agricultores de produtos orgânicos de Santa Catarina, que se credenciou para exportar para a Comunidade Econômica Européia, até um consórcio formado por plantadores de soja que responde por 20 por cento das exportações daquele grão feitas pelo país, alcançando uma movimentação anual perto de US$ 2 bilhões.
O EXEMPLO DE SONORA
O analista de mercado externo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Vinícius de Souza, falou sobre os Arranjos Produtivos Locais (APLs). Trata-se de um conjunto de empreendimentos e indivíduos, num determinado território, atuando em uma mesma atividade produtiva, articulados para melhorar a capacidade de inserção dos seus produtos no mercado. Souza descreveu o sucesso de um APL da província de Sonora, no México, na fronteira com os Estados Unidos. Aquela de região era dominada por pequenas propriedades, sem expressão maior na suinocultura. Hoje, depois de organizados em torno do sistema APL, os produtores de Sonora se transformaram em exportadores de suínos para um dos mercados mais exigentes do mundo, o japonês.
Na avaliação de Marcos de Souza, o Distrito Federal tem características de um Arranjo Produtivo de suinocultura, necessitando apenas de organização da cadeia produtiva para que a mesma alcance ganhos expressivos para todos os elos. O MDIC está a disposição da suinocultura finalizou Marcos.