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Setor de ovos enfrenta crise de preços baixos

<p>Os produtores de ovos de São Paulo estão preocupados com a falta de reação dos preços do produto.</p>

Redação (18/10/06) – O Estado é o maior produtor do País, com 52,6% do total, mas os granjeiros alegam que acumulam prejuízos desde agosto de 2005. Semana passada, a caixa de 30 dúzias do ovo branco extra chegou a R$ 28 na granja e depois recuou para R$ 25.

A média, considerados preços de janeiro a setembro, é de R$ 26,27, bem abaixo da média do ano passado, R$ 35,14. Para complicar, o preço do milho, principal item na alimentação das aves, subiu 25% nas últimas semanas. “O preço do ovo está oscilando demais, porém num patamar muito baixo”, disse o presidente do Sindicato Rural de Bastos, Shigeyuki Toyoshima. “A caixa deveria estar pelo menos R$ 30 na granja.”

Segundo Toyoshima, pela natureza das aves, nesta época a postura aumenta, elevando a oferta. “Mas a demanda é a mesma, aí o preço cai.” Havia expectativa de que a reação no preço do frango levasse a um aumento no alojamento de pintinhos de corte, retirando do mercado os ovos incubados. “Mas isso não está ocorrendo”, diz.

O gerente-comercial da Granja Shigueno, de Tatuí, Reinaldo Siciliato Filho, concorda que as vendas não estão no volume esperado para o fim de ano. Apesar disso, o consumidor paga entre R$ 2 e R$ 2,30 a dúzia, o que daria um mínimo de R$ 60 por caixa. “Se o preço para o consumidor fosse mais baixo, talvez as vendas melhorassem.”

A vice-presidente da Associação Paulista de Avicultura, Silvana Pellicci Laudanna, diz que o prolongamento da crise pode levar à quebra dos granjeiros. “O produtor está descapitalizado.” Ela cita três fatores que contribuem para a situação: alta no preço do milho, produção excessiva e baixo consumo.

O preço do milho, segundo ela, é o principal problema, agravado com a forte exportação do grão. O governo federal fez leilões para regular os estoques, mas os granjeiros de São Paulo, com a crise, não tiveram caixa para comprar. “O ideal seria que o milho tivesse um preço bom para o agricultor, mas suportável para o granjeiro.” A entidade está orientando os granjeiros a programarem os plantéis de aves para evitar excesso de produção. Também investirá na imagem do ovo para melhorar o consumo.