Da Redação 30/03/2004 – 05h28 – Os setores suinícola e avícola gaúchos solicitaram ontem ao governador Germano Rigotto que interceda junto ao governo federal para promover mudanças no decreto que define a rotulagem de transgênicos, que entra em vigor amanhã. Estiveram presentes na reunião, realizada no Palácio Piratini, representantes da Asgav e do Sips, entre outros. “Pedimos que o governador nos auxilie para postergar o início da legislação de forma que as empresas possam se adaptar”, revelou após o encontro uma fonte ligada à suinocultura que não quis ser identificada.
Conforme a assessoria do Palácio Piratini, o governo do Estado se dispôs a manter contato com a Casa Civil e com o ministério da Agricultura nos próximos dias, levando a discussão para o âmbito político. “O governo não se posicionou contra ou a favor da rotulagem, mas vai buscar informações com os ministérios para verificar a situação. A preocupação do governador é ajudar as entidades para que não tenham prejuízos ou sofram impactos negativos”, salienta a assessoria. A legislação prevê que sejam identificados na embalagem os produtos que contenham na composição mais de 1% de transgênicos, o que, para o presidente da Acsurs, Gilberto da Silva, trará perdas para a suinocultura. “O problema é que não são atendidos pela lei só os produtos diretos oriundos de grãos transgênicos, mas os subprodutos.” O dirigente diz que o setor necessita de maior esclarecimento. “Estou convencido de que os animais alimentados com subprodutos contendo transgênicos não terão problemas”, argumenta Silva.
Segundo o presidente da Acsurs, a rotulagem, da maneira como foi definida pelo Ministério da Justiça – um triângulo amarelo com a letra T em destaque no centro – vai suscitar preconceito. “Os consumidores vão deixar de comprar muitos alimentos e, além disso, certamente o produtor é que terá que arcar com as despesas de análises para verificar se há transgênicos.” Ainda ontem, o ministro Roberto Rodrigues, assegurou que a Pasta tem condições de fiscalizar, as regras do decreto 4.680, que determina a rotulagem. “Quero cumprir as regras”, reiterou o ministro.