Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Stédile critica atuação do BNDES no agronegócio

<p>O integrante da Direção Nacional do MST e da Via Campesina, João Pedro Stédile, criticou hoje a direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que teve sua sede no Rio de Janeiro invadida por mulheres ligados à organização.</p>

Redação (08/03/07) –  Segundo o líder, o banco precisa "criar vergonha" e rever sua política de concessão de financiamentos a projetos que contribuem para expansão do agronegócio baseado na monocultura no País. "Não se trata de uma invasão. É uma manifestação que as companheiras organizaram para protestar. Protestar contra a política que o BNDES está adotando de priorizar o financiamento para empresas transnacionais e do agronegócio", disse Stédile.

Segundo ele, o BNDES utiliza dinheiro público que deveria ser aplicado a serviço de interesses "maiores" do povo brasileiro. Esses recursos, na avaliação do dirigente do MST, deveriam ser destinados a projetos que de fato gerem emprego, solucionem problemas de alimentação e moradia no País. "Aqueles burocratas do BNDES só enxergam cifrão pela frente".

Stédile participou de uma entrevista coletiva promovida em conjunto pelo MST, a Via Campesina, a Comissão Pastoral da Terra, a CUT e a Marcha Mundial das Mulheres. O encontro teve por objetivo comentar a visita do presidente norte-americano George W. Bush ao Brasil e contestar a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva firmar um acordo com os Estados Unidos envolvendo a produção de biocombustíveis.

Segundo Stédile, a negociação que ocorrerá entre os dois países significa a compra ostensiva do governo Bush ao Brasil e América Latina em reação à eleição de governos progressistas na região. Os movimentos camponeses, de acordo com o líder, são todos contra a implantação no Brasil de um modelo de monocultura para produção de biocombustíveis, em detrimento da agricultura familiar. "Esperamos que o governo Lula mantenha o compromisso com os que o elegeram", disse Stédile. "Espero que o protecionismo americano, que não quer abrir mão de subsídios e do imposto contra o álcool brasileiro, seja uma barreira. Tomara que Deus funcione e não deixe acontecer esse acordo".

Amanhã, tanto o MST quanto as demais entidades que participaram da coletiva iniciarão uma série de protestos contra a visita do presidente norte-americano ao Brasil. A agenda, que é iniciada por uma Marcha na Av. Paulista, em São Paulo, é intercalada às comemorações pelo Dia Internacional da Mulher. Segundo a integrante da Marcha Mundial das Mulheres Miriam Nobre são aguardadas 10 mil pessoas na passeata.