Redação (28/03/07) – O ministro explicou que pretende dar prioridade à defesa sanitária e à promoção do etanol “sem causar danos ao meio ambiente”. Abordou, ainda, temas como juros agrícolas e trasgênicos.
ETANOL – Questionado sobre o acordo entre o Brasil e a Itália para a promoção do etanol, assinado por ocasião da visita do primeiro-ministro italiano Romano Prodi a Brasília, Stephanes afirmou que é importante que a produção de biocombustíveis cresça de forma sustentável, sem causar danos ao meio ambiente. “Esse acordo é uma nova frente que se abre para uma tecnologia que o Brasil domina, mas isso [o aumento da produção de etanol] tem de ser feito com muito cuidado, com plano estratégico que compatibiliza com clareza a questão do meio ambiente e a abertura de novas frentes, sem desmatamento”, afirmou. “Praticamente todo o crescimento da agricultura brasileira nos últimos 16 anos foi decorrente de produtividade. Crescemos, na produção de grãos, 121% e aumentamos a nossa área em 21%. Então, daqui para a frente, é preciso procurar o aumento da produtividade ou a recuperação de áreas degradadas que ainda podem ser utilizadas.”
TRANSGÊNICOS – O ministro explicou como será sua atuação em relação aos organismos geneticamente modificados (OGMs), conhecidos como transgênicos. “Citei [no discurso] os transgênicos como um dos pontos sensíveis. Para mim, é uma questão muito clara: o Brasil tem uma lei de biossegurança e uma comissão, a CTNBio, que trata destas questões. É dentro destes limites que uma política de governo pode existir. A participação do ministro precisa ser no sentido de cumprir o que determina a lei e a CTNBio.”
AFTOSA – Defesa sanitária, apresentada como uma das prioridades, será objeto de melhorias. “A febre aftosa é uma preocupação antiga do Brasil”, afirmou. “Ajudei no início da implantação de programas de combate à febre aftosa há mais de 30 anos. A defesa animal precisa ser reforçada, necessita ser melhor estruturada e receber mais recursos. É preciso, principalmente, que se trate um pouco melhor a questão das fronteiras, uma vez que já temos problemas do lado da Bolívia e precisamos procurar uma atuação conjunta para evitar que [a febre aftosa] acabe contaminando o Brasil.”
JUROS – O ministro também abordou o tema da redução de juros para a agricultura. “Isso é um objetivo que nós iremos perseguir, porque esses juros que temos hoje, de 8,75%, são de uma época em que a taxa Selic estava em mais de 20% e a inflação estava em 6% a 8%. Como houve uma redução de tudo isso, acho importante pensar em mudanças, o que seria importante para a agricultura.”