Redação SI 18/09/2002 – A cadeia produtiva da suinocultura gaúcha debateu ontem (17), na Assembléia Legislativa, em audiência pública a crise da atividade. Os integrantes do setor concluíram que é necessário que todos os elos tomem providências para reverter o quadro. O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (Abcs), Adão Braun, ressaltou que não adianta apenas o ”canetaço” do governo, mas a conscientização das indústrias, supermercadistas e produtores. Às indústrias, foi solicitado que façam cortes de acordo com a necessidade do consumidor, elaborando principalmente peças menores, e, aos supermercadistas, que exponham melhor os produtos. Hoje, vai à votação no Conselho Monetário Nacional a liberação de recursos aos suinocultores, para que possam pagar suas dívidas sem abater matrizes.
O financiamento de R$ 200,00 por matriz, com juros de 8,75% ao ano, prazo de pagamento de dois anos e limite de R$ 60 mil por produtor, segundo Braun, não é o que haviam solicitado, mas chega em boa hora. ”É preciso ampliar o consumo de carne suína, hoje em 11,5 quilos per capita, para 15 quilos, o que seria condizente com a atual produção brasileira. Mas, para isso, deve haver uma campanha para conscientizar o consumidor de que a carne suína é macia, saudável e com nutrientes que não são encontrados em outras carnes.”
A Abcs gerencia o Fundo de Promoção da Carne Suína, para o qual são destinados R$ 0,10 por animal abatido. O governo federal deve liberar verba para promoção dos produtos. A entidade também quer ampliar o volume exportado e o mercado comprador. ”Hoje, 83% das exportações são para o mercado russo.” No mercado interno, a meta é vender mais carne in natura, que corresponde hoje a 30%. Os outros 70% são embutidos. O relator da Subcomissão da Suinocultura, Vilson Covatti, disse que o custo de produção hoje é de R$ 1,50, mas muitos são obrigados a vender por R$ 1,00. A reunião de ontem, avalia, foi a mais importante, pois reuniu toda a cadeia. As anteriores foram em Erechim e Cerro Largo.