Redação SI (06/07/06)- A crise da suinocultura catarinense parece não ter fim. Mesmo com a redução de impostos e a venda promocional de carne in natura em quatro redes de supermercados do Estado, o preço do quilo vivo da carne suína caiu ontem mais 8%. Desde o início do ano, a cotação da produção diminuiu oito vezes. Alguns produtores já apelaram para o desespero. Euclides Pelizza, de Xavantina, disse que pretende sacrificar os 80 leitões que nascerão nesta semana para diminuir os prejuízos.
O produtor garante que custa mais criar os animais do que perdê-los logo após o nascimento. A explicação para a nova queda do preço do suíno é a mesma dada nas ocasiões anteriores. Está sobrando carne no mercado e a indústria não tem como assimilar o excesso de produção. Segundo o prsidente do Sindicarne, Ricardo Gouvêa, está se trabalhando para buscar novos mercados no País, mas a cultura do consumo de carne bovina ainda é muito forte.
O aumento do consumo no mercado nacional tenta compensar a frustração com o mercado internacional. Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, o Brasil exportou 43,8 mil toneladas de carne suína em maio de 2006 e 49 mil no mesmo período do ano anterior.
Para piorar, o abate de suínos aumentou nos primeiros cinco meses do ano. A informação da Associação das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina mostra que em janeiro as agroindústrias abateram 554,8 mil animais e em maio foram 581,7 mil animais. A pior situação é a dos produtores independentes, aqueles que não fazem parte das integrações das grandes agroindústrias. Eles representam cerca de 15% dos suinocultores catarinenses e não têm recebido nem R$ 1,20 por quilo. Na média, a oferta para os independentes é de R$ 1,00 o quilo.