Redação SI 13/09/2002 – A liberação de R$ 100 milhões em financiamentos para os suinocultores e a redução do ICMS para a saída de suínos do Estado para R$ 0,56 por quilo agradaram parcialmente o setor.
O vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Clair Dariva, disse que as medidas não solucionam o problema, mas são oportunas. “Embora tenham vindo tarde, elas amenizam um pouco a situação”, disse. Ele também avalia que a redução do ICMS deveria ser para o consumo e não somente para animais que saem do Estado.
O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Paulo Tramontini, disse que o crédito solicitado deve ser aprovado pelo Conselho Monetário Nacional no dia 18, amenizando a situação dos criadores.
O volume de recursos é suficiente, embora o juro de 8,75% ao ano seja o dobro do reivindicado. Tramontini só espera que haja agilidade na liberação, pois a situação financeira do setor é crítica. Eles recebem R$ 1,12 por quilo, enquanto o custo de produção estimado é de R$ 1,40.
Mas o grande problema, segundo Tramontini, é falta de solução para o déficit de milho. Ele disse que uma das alternativas é complementar a alimentação dos suínos com outros produtos como sorgo, triticale e trigo.
O secretário-geral da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, disse que o Estado é o mais prejudicado com a falta de estoque do produto pela Companhia Brasileira de Abastecimento. Uma das alternativas seria buscar o produto em países como China e África do Sul, que não têm produto transgênico. No entanto, o custo seria de R$ 21 a R$ 22 por saca, contra R$ 16 no estado.
Para isso, o governo teria que subsidiar parte do valor, como fazia no deslocamento do produto de uma região para outra. A Faesc vai fazer um levantamento junto com a Federação das Cooperativas Agropecuárias sobre a necessidade do produto, para depois buscar uma solução. Barbieri disse que a produção de SC terá que se adequar à disponibilidade de milho.
Mesmo com esta pendência, Barbieri avaliou que o resultado das reuniões em Brasília foi positivo, fruto dos protestos e pressão da categoria.