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Suinocultores abatem matrizes para diminuir prejuízo

Mais de 65 mil cabeças serão abatidas para baixar a oferta de carne e recuperar o preço.

Redação SI 24/04/2003 – Para sobreviver à crise que assola a suinocultura há mais de um ano, os criadores do Paraná decidiram abater 6% de suas matrizes; o que equivale a mais de 65 mil cabeças. De acordo com Severino Antunes Bezerra, veterinário e diretor técnico da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), a intenção é diminuir a oferta de carne nos próximos seis meses para alcançar o equilíbrio entre custo e benefício.

A alta do dólar é considerado o principal fator da crise que hoje afeta o País inteiro. Isto porque a soja e o milho (principais ingredientes da dieta dos porcos) são cotados pela moeda norte-americana. `Nossa esperança é que os gastos diminuam com o milho safrinha que começa a ser colhido em maio`, disse Bezerra.

De acordo com o diretor da APS, o custo do quilo do porco é de R$ 2,06 e a venda tem variado entre R$ 1,51 e R$ 1,70. Por causa do prejuízo, muitos criadores mudaram de ramo e aqueles que ainda resistem dependem de um futuro incerto.

No X Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, aberto ontem em Belo Horizonte (MG), será defendida a inclusão da carne de porco no Programa Fome Zero do governo federal. Essa é uma das tentativas para elevar o consumo do produto que hoje está em terceiro lugar atrás do boi e do frango. Por ano, cada brasileiro come, em média, 13,9 quilos de carne de porco enquanto em países como a Dinamarca e Espanha o consumo supera os 60 quilos.

Em 2002, o Brasil produziu mais de 2,2 milhões de toneladas de carne de porco das quais 56% sairam da região Sul. Este ano, a previsão é de crescimento de 1,6% na produção e cerca de 10% na exportação. Com o melhoramento genético aliado ao desenvolvimento da nutrição e manejo os criadores conseguiram diminuir em 82% o nível de gordura da carne entre 1963 e 1994.

Desta forma, a carne de porco passou a atender as exigências do consumidor moderno que prefere produtos com baixo índice de gordura e colesterol. `Isso sem contar a melhoria nas condições de higiene e preço convidativo`, acrescentou o veterinário.