Redação SI 17/08/2005 – Representantes da suinocultura discutiram ontem a implantação da Lei de Desenvolvimento da Suinocultura no Estado, que prevê mudanças nos aspectos sanitário e ambiental para o setor. Eles expuseram também a preocupação da classe em relação à falta de alternativas para a comercialização da produção. Atualmente, existem apenas dois frigoríficos credenciados no Estado, havendo um excedente de 2 mil animais que estão sendo vendidos em pé para outros Estados.
Os dois frigoríficos credenciados para exportação, o Intercoop, de Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá), e o Frigorífico Rajá, em Rondonópolis, (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá) estão comprando e abatendo diariamente 3 mil animais. Além dessas duas opções, os produtores estão vendendo para pequenos frigoríficos, sem o SIF (Serviço de Inspeção Federal), somente para o consumo doméstico.
A Associação dos Criadores de Suínos do Estado (Acrismat) aponta que existe hoje em Mato Grosso um rebanho de 1,07 milhão de suínos, dos quais 649 oriundos das granjas e 421 mil de criatórios, representando 15% do rebanho nacional. O Estado exporta atualmente 19% da produção tendo como principais mercados compradores a Rússia, Hong Kong, a Dinamarca e o Uruguai – e consome 81% do que é abatido aqui.
Segundo a Acrismat, o problema do excesso de oferta de suínos para abate começou com o fechamento de dois grandes frigoríficos: o Aimar (antigo Frigopan) e o Rondofrigo, que abatiam cerca de 1,6 mil animais/dia. Com a paralisação desses dois frigoríficos, os produtores perderam duas importantes opções de venda para o mercado externo.
O secretário de Desenvolvimento Rural, Clóves Vettorato, disse que o interesse do governo é de que os animais sejam abatidos em Mato Grosso e não vendidos em pé. Ele sugeriu também a formação de parcerias com frigoríficos de outras regiões, por meio de contratos de fornecimento, bem como a implantação de novas indústrias no Estado. (MM)