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Suinocultores mato-grossenses querem aumentar 50% número de matrizes

<p>A expectativa do segmento é que o número de matrizes suba de 70 mil para até 140 mil.</p>

Redação (19/01/07) – A suinocultura de Mato Grosso fechou 2006 com saldo positivo e estima elevação do número de matrizes suínas em até 50% em 2007, com a chegada de novos investimentos e implantação de novas plantas de suinocultura no Estado.

Segundo estudos da Acrismat, a longo prazo – em 2010 -, em razão do potencial de crescimento do Estado e de novos investimentos, o número de matrizes pode aumentar até 120 mil, totalizando 270 mil matrizes.

Mato Grosso reúne hoje, ainda, segundo dados do Indea, 84 mil matrizes de criatório. São mais de um milhão de animais no Estado somando o rebanho tecnificado com os criatórios. Mato Grosso fechou o ano de 2006 com recorde em exportações. O volume em receita somou US$ 4,333 bilhões, o que representa um aumento de 5,2% em relação às exportações de 2005, de US$ 4,151 bilhões.

Até novembro de 2006, o complexo soja (grãos, farelo, óleo e lecitina) liderava o ranking de exportações mato-grossenses, sendo responsável por 72,79% do total comercializado por Mato Grosso. O complexo carne (bovina, suína e aves) estava em segundo lugar com participação de 13,98%. As exportações de carne suína tiveram um aumento substancial nos últimos anos, a elevação chegou a 160% de 2004 a 2006. Em, 2004 a Secretaria de Indústria Comércio e Mineração de MT registrou US$ 3.203 milhões exportados.

Foram comercializados 2,072 mil toneladas a US$ 1,54 o quilo. Já em 2005 este número saltou pra US$ 9.790 milhões negociados, com um total de 5.340 mil toneladas a US$ 1,83 o quilo. Em 2006, o estado obteve US$ 23.735 milhões com as exportações, com 11,724 mil toneladas embarcadas ao preço de US$ 2,02 o quilo. Os principais paises consumidores de carne suína são a Rússia, Ucrânia, Hong, Kong, Argentina e Paises Baixos.

No ano de 2006 o crescimento da suinocultura do Mato Grosso passou por um período de crise em função do embargo russo à carne suína de todo o país. O resultado fez com que os suinocultores sofressem com a queda do valor do quilo do suíno, em razão da alta oferta no mercado interno. O preço de venda caiu a R$ 0,85 o quilo enquanto o custo de produção ficou em R$ 1,25.

Depois da abertura do Mercado Russo às exportações de carne suína e bovina de Mato Grosso o mercado começou a se aquecer. Em julho, o preço do quilo chegou a R$ 1,10 e em setembro subiu para R$ 1,80, uma alta de quase 70% no valor. De acordo com a Acrismat os produtores do Estado tem como objetivo, ampliar cada vez mais o mercado, crescendo com qualidade. Por isso mesmo investem em campanhas e qualificação da cadeia produtiva suinícola.

As perspectivas do mercado interno para comercialização de suínos em Mato Grosso têm animado o grupo de mais de 350 suinocultores, soma total do segmento produtivo no Estado. A novidade é que a Sadia pretende iniciar o funcionamento parcial do complexo de Lucas do Rio Verde até dezembro de 2007. A companhia ainda não divulga o número de animais que serão abatidos na etapa inicial. A informação oficial é de que o empreendimento, quando estiver em plena operação, terá na carteira uma planta de suínos responsável pelo abate de 5 mil animais diariamente.

A Sadia está investindo R$ 500 milhões no complexo em Lucas do Rio Verde, aporte somado à contrapartida dos produtores associados no valor de R$ 600 milhões. O dinheiro está sendo aplicado na construção de abatedouros de aves, indústria de abate e industrialização de suínos, além de uma fábrica de ração. O montante será pulverizado gradativamente até 2009, com a geração de cerca de 6 mil empregos diretos.

Em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Suínos, a Acrismat desenvolve uma campanha, que começou em 2006, com a Associação dos Supermercados do Estado, para elevação do consumo da carne suína. As ações começaram na rede supermercados Modelo, na capital, e em pouco mais de seis meses o consumo aumentou 70%. A estimativa era comercializar 400 toneladas em 2006, mas seguramente a Asmat fechou o ano com média acima de 500 toneladas. Só neste fim de ano a rede vendeu mais de 40 toneladas de carne suína, 15 toneladas a mais que em 2005.

O Programa, que tem como objetivo principal aumentar o consumo de carne suína per capita de 7 para até 14 quilos, ainda prevê várias ações este ano. Outras redes de supermercado da capital e do interior devem adotar as ações de marketing e valorização da carne suína nas gôndolas dos seus supermercados. Mato Grosso possui cinco grandes redes de supermercados, todas localizadas na capital e com sede em cidades pólo do Estado.

A Acrismat e a sua diretoria ainda negociam com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) a lei n 8418, de 28 de dezembro de 2005, que disciplina a cobrança de serviços de vistoria, análise e inspeção para fins de licenciamento ambiental de várias atividades inclusive a suinocultura.