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Suinocultrura se expande em MS

Produtores vêem mais vantagem no cultivo do milho para alimentação do rebanho do que para venda.

Redação SI 03/12/2003 – 04h20 – “A suinocultura é uma atividade irreversível” . A afirmação é do produtor e presidente da Fundação Rio Verde (no município de Lucas do Rio Verde) e do Comitê de Desenvolvimento da Suinocultura de Mato Grosso, Egídio Vuaden.

O entusiasmo e a confiança na atividade se deve ao fato de que em Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao Norte de Cuiabá) e em Nova Mutum (269 quilômetros de Cuiabá) a suinocultura tem sua cadeia completa, ou seja, rebanho, insumos e industrialização.

Vuadem explica que a criação de suínos torna a cultura do milho uma atividade interessante. “Deixamos de vender o quilo do milho a R$ 0,20, para ter um produto final, a carne do suíno, a preço de até R$ 5,00”, argumenta e ainda brinca “nosso milho está nos supermercados sob a marca Excel, referindo-se à carne suína.

Os dois municípios possuem cerca de 12 mil matrizes, que asseguram à criação uma outra vantagem, a redução nos custos de produção. “Utilizando o milho cultivado nesta região reduzimos custos, inclusive os fixos, em cerca de 20%. Ao invés de pagar R$ 18 em uma saca do grão (preço adotado em média no Sul do País), pagamos R$ 11 aqui”, revela Vuaden. O milho é a principal fonte de alimento para composição da ração dos animais.

Com relação ao incremento da agro-indústria local, a carne suína já se tornou produto exportável e com sanidade reconhecida pelos mercados mais exigentes, como o europeu.

Este ano em caráter experimental, o Frigorífico Excelência, em Nova Mutum, exportou para Hong Kong 78 toneladas e seus cortes, que têm como carro-chefe as carnes nobres do suíno como a picanha, estão disponíveis nas maiores redes de supermercados do Estado.

A procura tem sido tão grande, que o lançamento da “Alcatra Suína”, prevista para acontecer no último dia 27, durante a abertura do Seminário Anual de Suinocultura de Mato Grosso, foi frustada. “Não tivemos cortes para trazer para Cuiabá. Ainda não estamos conseguindo suprir a demanda”, explica o gerente comercial do Frigorífico Excelência, Carlos Sérgio Tomazi.

Além do Excelência, outros dois frigoríficos, ambos em Ronodonópolis (210 quilômetros de Cuiabá), abatem suínos o Rondofrigo e o Frigorífico Rajá.

A diretoria do Rajá prefere não revelar números e nem expectativas para 2004, considerando estas informações como “estratégicas”. O que pôde ser revelado é que a matriz do Frigorífico está em São Paulo, que a filial mato-grossense está em atividade desde 1998. Consumindo animais do Estado e com adequações em sua planta, o Rajá se prepara para iniciar a exportação de cortes suínos.

REBANHOS

Os principais plantéis de Mato Grosso estão em Diamantino, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Rondonópolis e Campo Verde. Mas os frigoríficos estaduais tanto com inspeção federal – três empresas -(SIF) como a inspeção estadual – sete unidades – (SISE), são abastecidos por animais de Tapurah, Sorriso e Santa Rita do Trivelato.