Redação SI 08/11/2002 – Esta situação não está mais somente levando a maioria dos suinocultores a reduzir o número de matrizes, mas muitos já abandonam a atividade e os que persistem, apesar dos prejuízos, já estão desacreditados. O quadro tende a se agravar, porque muitos produtores estão no limite de suas condições financeiras e já falam em abandonar não apenas a atividade, mas também suas propriedades. Para reverter o atual cenário, segundo os produtores, seria preciso que, como nos grãos, também houvesse um seguro para a suinocultura, ou seja, que o produtor tivesse uma garantia de continuar na atividade. Além de um aumento significativo no preço pago ao suinocultor pelo kg de suíno vivo. O suinocultor Ipenor Grando, 51 anos, é um exemplo de dedicação e persistência na atividade.
Continuo na atividade porque dependo dela para minha sobrevivência. Mesmo com o prejuízo do setor, não será é de uma hora para outra que vou me desfazer dela, por isso tenho que conviver com o prejuízo, comenta. Segundo ele, o prejuízo é grande: no mínimo R$ 11 mil por mês. E por isso até pensou em trocar de atividade, mas leva em consideração todo o tempo que trabalhou na suinocultura. Depois de investir todos estes anos na suinocultura, como ele diz, está teimando mais um pouco. O desânimo com o setor fez a família de Geraldo Simione, 42 anos, desistir da suinocultura. Apesar de nunca termos comprado os insumos, não conseguimos resistir à crise, comenta Geraldo. Estamos no fim de um ano em que não tivemos lucros, mas sim prejuízos, diz seu irmão Clair. Além de Geraldo, seus dois irmãos, irmã e mãe trabalhavam na suinocultura. Hoje eles trabalham somente com a lavoura.