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Economia

Suinocultura de Mato Grosso: recuperação econômica e novos desafios

Suinocultura de Mato Grosso: recuperação econômica e novos desafios

A suinocultura em Mato Grosso está vivenciando um período de recuperação, após enfrentar sérios desafios, como o abate de mais de 15 mil matrizes e a saída de produtores da atividade. Segundo Custódio Rodrigues, diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), apesar dos sinais positivos, é essencial que os suinocultores mantenham cautela.

Rodrigues ressalta que o setor vive ciclos de altos e baixos devido a variáveis como preços de commodities e condições do mercado internacional. “Atualmente, é um momento em que os produtores podem obter um lucro adicional, mas é fundamental ter prudência, considerando o passivo financeiro acumulado nos últimos três a quatro anos,” afirma Rodrigues. Esse passivo resultou em uma redução significativa no plantel de matrizes e na saída de produtores independentes, impactando não só a suinocultura, mas também a arrecadação do estado.

A suinocultura mato-grossense enfrenta outro desafio importante: a falta de médicos veterinários concursados. Rodrigues destaca a necessidade de obter o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi) para expandir o mercado para outros estados. A ausência de profissionais qualificados tem impedido o avanço dos frigoríficos locais.

A Acrismat aguarda uma reunião com o governo estadual para discutir esses desafios e buscar soluções. “Os frigoríficos daqui estão em dificuldades apenas competindo no mercado local. É essencial que o governo considere essa questão com atenção,” alerta Rodrigues.

O mercado de suíno vivo e cortes no atacado manteve-se estável com variações discretas ao longo da semana. Segundo Allan Maia, analista da Safras & Mercado, o ambiente de negócios para o suíno vivo continua normal, sem grandes mudanças. A cautela dos frigoríficos é devido às dificuldades de repassar aumentos de preços no atacado.

Em agosto, as exportações brasileiras de carne suína “in natura” geraram US$ 260,8 milhões, com uma média diária de US$ 11,9 milhões. O volume exportado foi de 106 mil toneladas, com um preço médio de US$ 2.459,7 por tonelada. Comparado a agosto de 2023, houve aumentos de 9,7% no valor médio diário e 6,1% na quantidade média diária, além de um crescimento de 3,4% no preço médio.