Redação SI (19/06/06)- A atividade suinícola vem mantendo um período satisfatório para os criadores no Rio Grande do Sul, com preços razoáveis oferecidos pelo quilo vivo e preço reduzido da soja e milho, importantes insumos na composição da alimentação suína, em explorações intensivas. As agroindústrias, que não trabalham em sistema integrado, têm encontrado dificuldade para obtenção de matéria prima, ou seja, suínos para abate.
Já as exportações de carne suína do Rio Grande do Sul começam a esboçar recuperação depois da suspensão, em abril, do embargo imposto pela Rússia em dezembro do ano passado. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em maio a receita dos embarques de carne suína “in natura” daquele Estado cresceu 127,53% comparado a igual período de 2005. As exportações saltaram de US$ 29,355 milhões para US$ 66,792 milhões.
O embargo à carne suína, suspenso em 3 de abril, estava em vigor desde 13 de dezembro de 2005, depois da ocorrência de focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e Paraná.
Em abril, as exportações da carne suína do Rio Grande do Sul para aquele país já tinham aumentado em 12,54%. No entanto, a receita dos demais estados, alvo das restrições russa, continua em queda. Em Santa Catarina o decréscimo em maio foi de 47,75%, para US$ 20,103 milhões, e no Paraná houve recuo de 75,1% (US$ 2,823 milhões). Em São Paulo a receita caiu 82,80%, para US$ 312,7 mil, e em Mato Grosso caiu 86,33% (US$ 102,8 mil).
As exportações de carne suína de Mato Grosso do Sul (US$ 706 milhões) tiveram uma declínio de 86,14%, enquanto em Minas Gerais a queda foi de 81,9% (exportações de apenas US$ 1,412 milhão), sempre comparado a igual período do ano passado. Em volume, as exportações totais de carne suína do Rio Grande do Sul somaram 27,088 mil toneladas em maio último, um avanço de 86,5% sobre o volume do mesmo mês do ano passado.
O Ministério da Agricultura confirmou que uma missão russa virá ao país – embora ainda sem data marcada – para analisar os últimos controles da febre aftosa, nos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul.
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, – que chegou quinta-feira (15-06) da Rússia teria negociado a criação de um comitê consultivo agrícola, para facilitar a comunicação e a solução de problemas potenciais que possam ocorrer no comércio bilateral. O mecanismo já existe com outros países, como os Estados Unidos.