O mercado da carne suína no Brasil apresentou forte valorização em 2024, com destaque para a cotação do suíno vivo, exportações em alta e aumento na competitividade interna frente à carne bovina. A média mensal do preço do suíno vivo em novembro atingiu R$ 9,93/kg, o maior valor para o período nos últimos três anos. Apesar disso, o poder de compra do suinocultor apresentou comportamento misto, com alta em relação ao farelo de soja, mas retração frente ao milho, em função da valorização do cereal.
Mercado externo em destaque
As exportações brasileiras de carne suína alcançaram resultados expressivos em 2024, com as Filipinas se consolidando como o principal destino no acumulado de janeiro a outubro. O país importou 191,7 mil toneladas da proteína, um aumento de 98,5% em volume e 85,7% em faturamento em relação ao mesmo período de 2023, totalizando US$ 438,7 milhões.
Outubro registrou o segundo melhor desempenho do ano, com 128,0 mil toneladas exportadas e faturamento de US$ 310,8 milhões, avanços de 40,1% e 56,5%, respectivamente, em relação ao ano anterior. O Japão também se destacou, ocupando o terceiro lugar no ranking de importadores e pagando 43% a mais por tonelada em comparação à média recebida de outros países. Em outubro, as compras japonesas cresceram impressionantes 265,3% frente ao mesmo mês de 2023.
Desempenho estadual e novos mercados
As exportações brasileiras e goianas mostraram um padrão de maior desempenho no segundo semestre, com o Brasil exportando uma média mensal de 122,9 mil toneladas, alta de 25,1% em relação ao primeiro semestre de 2024. Goiás também manteve crescimento, com média mensal de 1,4 mil toneladas, incremento de 12,3%.
O Haiti emergiu como um mercado relevante para a carne suína goiana no segundo semestre. As exportações para o país saltaram de 44,8 toneladas em julho para 252,8 toneladas em outubro, posicionando-o como o 4º maior importador da proteína de Goiás em outubro.
Cenário interno
A valorização da carne suína no mercado interno também contribuiu para ampliar sua competitividade frente à carne bovina. O Cepea destacou que, mesmo com o aumento dos preços, a proteína manteve-se atrativa para o consumidor brasileiro, reforçando sua presença no mercado doméstico.
Com esse cenário de alta nos preços, exportações robustas e novos mercados em expansão, a suinocultura brasileira reafirma sua relevância no cenário global e consolida oportunidades de crescimento para os próximos anos.