Redação SI (03/08/06)- Geradora de mais de 120 empregos diretos, com tecnologia e certificação de primeiro mundo, estrutura para abate, laboratório para coleta de sêmen, sítios para fases diversas dos animais, conversores de milho e soja em ração e biodigestores para o tratamento dos resíduos e transformação em energia, são apenas alguns dos itens que apontam a grandiosidade da Fazenda Lucion, a pouco mais de quinze quilômetros do perímetro urbano do município de Vera (486 quilômetros ao Norte de Cuiabá).
A fazenda agrega criação de suínos para venda em pé e é multiplicadora de fêmeas, com um plantel de quatro mil matrizes e 50 mil animais criados para venda.
O administrador da multiplicadora, José Francisco Freire, explica que a Fazenda Lucion planta soja e milho em 3 mil hectares (ha) e um dos destinos é a transformação em ração para o rebanho. São necessárias duas 2 mil/t de ração por mês. Todo o processo de criação do suíno passa pela multiplicadora, desde a concepção, destaca.
A indústria com escala de produção faz 2,87 partos por ano em cada fêmea. A média é de 12 leitões por parto que, com 21 dias, alcançam 6,2 quilos e são comercializados a partir de 120 quilos.
O principal foco para a instalação da unidade em Vera foi a busca pela sanidade dos animais, já que o município está distante de outras empresas do gênero.
O grupo preparou estrutura para cada estágio dos suínos. Veterinários, administradores e nutricionistas são responsáveis pelas fases distintas da suinocultura.
Há também as divisões em sítios, que agregam os animais desde a fase inicial até a terminação. As fêmeas passam por processo de seleção que determina se serão para reprodução ou comercialização. A inseminação artificial também é feita em laboratório próprio, com a genética dinamarquesa Danbred.
Instalado no Mato Grosso há oito anos, o Grupo Lucion foi fundado por suinocultores natos, da cidade de Xanxerê (SC).
Produção limpa é o destaque da empresa
Um dos grandes lances da Multiplicadora Lucion é a destinação dos resíduos, que são tratados por biodigestores, conforme orientação do Protocolo de Kyoto, estabelecido em 1997. O Protocolo é um tratado internacional que objetiva que os países desenvolvidos reduzam em 5% suas emissões de gases causadores do efeito estufa em relação ao nível de emissões de 1990. Se um país falhar no cumprimento do Protocolo, poderá ser forçado a reduzir sua produção industrial.
Uma das maneiras de contribuir para a diminuição da emissão de gases é a implantação dos tanques biodigestores em empresas de grande porte instaladas em países subdesenvolvidos.
Uma das principais preocupações do tratado é a contenção da emissão de gases por atividades humanas, particularmente dióxido de carbono, que pode aumentar o efeito estufa e contribuir para variações climáticas, que ocasionariam o aquecimento da temperatura mundial.
Os tanques para tratamento de resíduos da Lucion foram instalados por uma multinacional canadense, a AG Cert, sem nenhum custo para a Multiplicadora.
O projeto pioneiro em Mato Grosso, instalado em março deste ano, conta com oito tanques com queimadores, que transformam os resíduos em biofertilizantes.
Pesquisas mostram que em talhões de milho e soja onde foi utilizado o fertilizante melhorado, a produtividade aumentou 12 sacas por hectare, além da produção de soja e milho de maior qualidade.
Os resíduos permanecem por 30 dias dentro dos tanques, sendo que a parte poluente é tratada e poderá ser transformada em energia. A empresa está instalando projeto de transformação dos gases em energia, para impulsionar a suinocultura, a partir dos queimadores.
Antes da implantação dos biodigestores os detritos eram despejados em grandes represas, que ficavam à céu aberto.