Redação SI 08/01/2004 – 05h40 – A suinocultura brasileira opera com perspectivas pessimistas para a atividade no primeiro trimestre de 2004. Desde o início de dezembro, o anúncio das cotas de exportação estabelecidas pela Rússia e o encolhimento do consumo no mercado interno vêm segurando o animo do mercado. Para piorar, o milho atingiu preços altos em média, a maior dos últimos seis meses e diante deste quadro, atualmente há riscos da suinocultura voltar a enfrentar uma crise. Os constantes aumentos de preço a partir de agosto de 2003 fizeram com que muitos produtores do sul do Brasil aumentassem o número de matrizes.
A expectativa de alguns operadores de mercado é de que a oferta de carne suína no mercado local aumente pelo menos 5% já no primeiro semestre do ano. Caso isso se confirme, o cenário de excesso de oferta e cotações em baixa é o mais provável.
Para reverter este possível quadro, a saída de curto prazo seria a Rússia rever a política de cotas de exportação. Os ministros da Agricultura e Pecuária, Roberto Rodrigues, e da Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, viajam para Moscou ainda neste inicio de janeiro para discutir as cotas. A proposta dos ministros é manter os patamares de exportação de 2003, que serão cortados pela metade caso as cotas não sejam revistas.
Tomando como base à praça de Santa Catarina, operadores de mercado acreditam que o preço de R$ 1,75 ainda dá lucro para os produtores, e com a bonificação pela qualidade da carcaça, a remuneração por quilo chega quase a R$ 1,90, o que garante um lucro de aproximadamente R$ 20,00 por animal entregue à agroindústria.
Mas o preço do milho ainda preocupa e agora os produtores torcem para que aconteça uma boa safra de milho, para que os preços se mantenham pelo menos estáveis pois afinal o grão corresponde a 70% do custo de produção da atividade.