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Suinocultura paulista debate impactos da crise no setor

O encontro gerou propostas que vão movimentar o setor e cobrar ações mais efetivas e emergenciais das autoridades responsáveis pela agricultura do Estado de SP.

Redação SI 30/04/2003 – A suinocultura do Estado de São Paulo reuniu-se na última segunda-feira, 28 de abril, na Cati, em Campinas, em mais uma tentativa de análise dos impactos da crise no setor.

Segundo Valdomiro Ferreira Júnior, presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o encontro serviu para buscar alternativas de sobrevivência da suinocultura independente. Cerca de 120 pessoas entre criadores, técnicos veterinários, empresas, frigoríficos e especialistas compareceram à mesa redonda.

O encontro gerou propostas que vão movimentar o setor e cobrar ações mais efetivas e emergenciais das autoridades responsáveis pela agricultura do estado de São Paulo.

Dentro do panorama nacional, a região Sudeste produziu 562 mil toneladas de carne suína e contribuiu com 19,4% da produção brasileira em 2002. O Brasil é atualmente o quinto maior produtor mundial e o quarto maior exportador de carne suína, está em segundo lugar no ranking de produção de soja e em terceiro na produção de milho.

Para Luciano Roppa, veterinário e debatedor, as principais causas da crise que assola o setor a cerca de quinze meses são a falta de milho para abastecer o mercado interno, o excesso de produção suinícola e a queda da demanda. Conseqüência de baixas no poder aquisitivo do consumidor, que de acordo com o IBGE registrou queda de 3,84%, além do aumento do desemprego de 11,6% em março de 2003. Estima-se que com a crise a diminuição no número de criadores de suínos no Brasil alcance 280 mil matrizes e a destruição de capital possa chegar a US$ 160 milhões.

Propostas – Entre as propostas levantadas, o veterinário Abraão Antonio Ferreira Abrahão sugeriu a criação da “Suíno Escola”, para desmistificar o consumo da carne suína desde a primeira infância e trabalhar a divulgação do produto in natura. Outra medida que deve ser adotada é a transferência dos fóruns de discussões para a Câmara Setorial da Carne Suína Paulista.

Para a veterinária Maria Nazaré Lisboa, o setor precisa se profissionalizar cada vez mais e investir sempre em assistência técnica, já que o objetivo é se diferenciar.

Selo Suíno Paulista

Os suinocultores estão prestes a conquistar, através da APCS, o Selo Suíno Paulista, que integra o projeto Produto de São Paulo, da Secretaria da Agricultura do Estado.

Ferreira Júnior disse que a conquista é importante porque certificará a origem do produto, gerando maior credibilidade para o consumidor. O setor pretende com a iniciativa diferenciar o produto paulista dos demais estados.

Outra providência que deve ser tomada é o desenvolvimento de novos sistemas de comercialização, através de contratos mais seguros. O setor pretende ainda buscar recursos para investir em campanhas de marketing, para estimular o aumento do consumo da carne.

Tudo indica que a luta da cadeia produtiva vem de encontro com melhores perspectivas para o próximo semestre.

A reabertura do mercado russo deve fomentar as exportações brasileiras, que deve registrar crescimento de 15% se comparadas a 2002. A previsão é de embarques de 550 mil toneladas contra 475 mil do ano passado.

E o governo inovou com políticas positivas para a safra de milho 2002/2003, com mecanismos inéditos para estimular o plantio, além de boa estratégia de comercialização da safrinha. Que deve atingir o recorde de 10 milhões de toneladas. A previsão da safra total é de 37 milhões de toneladas. E como há queda no consumo devido à suinocultura, os preços devem cair. Outras informações: Fone/Fax: (19) 3651-1233