Redação SI 11/09/2003 – Além de não estar preocupada com o foco de Aujeszky identificado no Rio Grande do Sul, a suinocultura catarinense comemorou ontem a perspectiva de uma virada definitiva, pelo menos da atual crise.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados e da Coopercentral Aurora, José Zeferino Pedrozo, anunciou um novo aumento no preço básico do suíno vivo, que a partir de hoje passa de R$ 1,60 para R$ 1,65 o quilo. Com a tipificação, bônus pela qualidade de carcaça, os produtores chegam a ganhar R$ 1,78.
Este foi o oitavo aumento em menos de 40 dias, com reajuste de 15%. Pedrozo destacou que a reação é fruto da redução na oferta de animais, depois de 18 meses de excesso de produção. A retomada das exportações para a Rússia também ajudou a enxugar o mercado. O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, não conteve o entusiasmo. “Finalmente o suinocultor volta a ganhar dinheiro”, disse o presidente.
Com o custo estimado em R$ 1,65 por quilo, o bônus da tipificação passa a significar lucro real para os criadores. O presidente da ACCS nem esperava uma recuperação tão rápida.
Escassez no mercado influencia os preços
Mas atribui o aumento a escassez de suínos no mercado, provocada pela eliminação de cerca de 22 a 23 mil matrizes no estado em virtude da Aujeszky, e outras 23 mil, à crise do setor. Os abates caíram 13% de julho para agosto, de 626,8 mil cabeças, para 532,4 mil cabeças.
O secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, disse que as exportações catarinenses também estão contribuindo para a recuperação. Somente nos últimos dois meses foram embarcadas 150 mil toneladas de carne catarinense. Sopelsa acredita que o Estado vai superar as 270 mil toneladas exportadas no ano passado, podendo ultrapassar 300 mil toneladas.