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Suínos além do peso se acumulam nas propriedades em SC

<p>Atualmente há mais de 100 mil suínos represados no campo.</p>

Redação SI (24/05/06)- Os suinocultores independentes de Santa Catarina, que geralmente são os balizadores de preços e que sustentam os valores pagos pelo produto, é que estão pagando caro pelo embargo Russo. Com a fraca comercialização, suínos com excesso de peso, se acumulam nas propriedades. Os produtores que mais sofrem com o embargo são os independentes. Como eles não são integrados às agroindústrias, não há um compromisso formal de compra por parte das empresas.

Atualmente há mais de 100 mil suínos represados no campo. Este volume se explica pela queda de abates. Em março foram abatidos 563 mil suínos. Em abril, esse número caiu para 464 mil.

Em Concórdia, na propriedade de Jair Comin, os animais chegam a pesar 200 kg e quando há comercialização, isso com muito custo, é obrigado a vender em até R$ 1,00. Comin demonstrou desespero e disse que passa as noites em claro pensando numa solução para o problema, pois junto ao suíno, vai toda a produção de milho de sua terra.

Neste ano, se tudo desse certo, iria me sobrar em torno de cem mil reais, mas com esta situação, este mesmo valor vai ser o meu prejuízo e ainda sem data para acabar este dilema. O suinocultor questionou a política agrícola do país e destacou que quem está sustentando o Programa Fome Zero do Governo Federal, são os suinocultores de SC, porque quem produz grãos e carnes, estão na falência. Não há investimentos nem preocupação nenhuma com o setor, devem pensar que tanto os grãos quanto às carnes, não precisa nem trabalho nem investimentos, produz por si só, destacou.

Comin disse ainda que errou uma vez, mas não cai mais nesta história, fui enganado com as promessas de mudança de prioridade para agricultura, agora percebemos que não é nada disso, estão querendo acabar com a gente, falou emocionado.

Uma comitiva catarinense, liderada pelo Secretário da Agricultura Felipe Luz, está na Rússia tentando reverter a situação em favor da suinocultura do Estado, mas segundo Luz, a situação está complicada, porque com a escassez do produto catarinense, a atividade na Rússia ficou fortalecida, mas mesmo assim não é capaz de suprir a demanda no país, aí que entra o papel dos catarinenses. Com a ajuda de um profissional técnico, o Secretário da Agricultura busca convencer, mais uma vez os russo, das qualidades da carne suína catarinense e das vantagens sanitárias que SC exerce sobre os demais Estados brasileiros.