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TAC melhora relação da suinocultura com o meio ambiente

<p>O termo de ajustamento de condutas da suinocultura (TAC), que começou a ser implantado na prática há um ano, já provocou mudanças positivas no meio ambiente de 19 municípios do Meio-oeste de Santa Catarina.</p>

Redação (24/11/06)   A conclusão foi apresentada ontem, 23 de novembro, durante um seminário de avaliação do TAC, realizado na Embrapa Suínos e Aves, empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. São
>> dados preliminares ainda, mas não temos dúvida que o termo alterou a relação da suinocultura com o meio ambiente na região, garantiu o pesquisador Cláudio Miranda, da Embrapa Suínos e Aves.

Uma pesquisa realizada entre os produtores de suínos de Ipumirim, um dos municípios abrangidos pelo TAC, apresentada no seminário, mostrou que 90% dos entrevistados disseram que após o termo melhorou a qualidade da água e diminuiu a quantidade de borrachudos e moscas. De uma forma geral, a percepção de todos é de que o TAC está conseguindo melhorar o meio ambiente da região. Mas é claro que ainda existe um longo caminho a ser percorrido, afirmou Júlio César Palhares, também pesquisador da Embrapa Suínos e Aves.

O termo foi implantado inicialmente nas cidades próximas a Concórdia, um dos municípios que mais produzem suínos no Brasil. A discussão em torno TAC iniciou em 2001, a partir de uma ação do Ministério Público catarinense. Produtores, agroindústrias, prefeituras e governo do Estado levaram quatro anos para definir como todas as propriedades que produzem

>> suínos nos 19 municípios envolvidos fariam para se adequar à legislação ambiental. Um dos pontos mais difíceis do TAC foi dividir o custo das adaptações exigidas pelas propriedades para acabar com a poluição provocada pelos dejetos suínos.

Dos 3,8 mil produtores de suínos existentes nos 19 municípios abrangidos pelo TAC, 2,1 mil sofreram algum tipo de intervenção para diminuir o impacto ambiental provocado pela suinocultura. O investimento médio para adequar cada propriedade chegou a R$ 4 mil. Nos próximos dois anos, os suinocultores terão prazo para concluir o plano de adequação. Uma das ações mais importantes será a reposição da mata ciliar dos rios e córregos que passam pelas propriedades. A mata ciliar obrigatória terá 30 metros de extensão em cada margem.

O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, tem certeza que o TAC é um instrumento decisivo para o futuro da atividade. O termo é um começo, uma porta que se abriu para que os produtores, dentro de condições aceitáveis, possam cumprir a legislação ambiental, explicou Wolmir. O presidente da ACCS acredita que os resultados alcançados em Concórdia comprovam que foi acertada a expansão do TAC para outras regiões de Santa Catarina que produzem suínos.

A Embrapa Suínos e Aves vai coordenar a partir de 2007 um projeto que pretende avaliar com maior profundidade os resultados do TAC. Um dos métodos de avaliação será acompanhar a qualidade da água dos rios. Acreditamos que a reposição da mata ciliar vai tornar, aos poucos, a água bem melhor, previu Cláudio Miranda. Hoje, a maior parte das fontes superficiais de água na região de Concórdia não são indicadas nem para o consumo de animais, sem tratamento.

*CARTILHA*

O seminário de avaliação do TAC serviu também para a apresentação de uma cartilha dirigida aos produtores. A publicação contém as principais dúvidas colhidas durante os as dezenas de reuniões realizadas com os suinocultores da região antes da implantação do termo. A cartilha é dividida em temas, como Licenciamento ambiental, Área de preservação permanente e mata ciliar e Armazenamento e tratamento de dejetos. Cada um dos tópicos é explicado por meio de perguntas, respondidas com o uso de uma linguagem simples. A explicações também são acompanhadas por desenhos, que mostram, por exemplo, qual a distância que uma instalação utilizada para produzir suínos deve ter uma fonte de água. Maiores informações sobre a cartilha podem ser obtidas na ACCS, pelo telefone 0xx49-2442-0414.