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Tendências da Suinocultura são apresentadas no Seminário Internacional na Bahia

<p>Rússia, Romênia e Ucrânia querem tornar-se auto-suficientes na suinocultura e economia brasileira não deve crescer os 4% previstos para 2006.</p><p></p><p> </p><p></p>

Redação SI (28/08/06)- A produção de carne suína no Brasil deve crescer 7% este ano em comparação ao desempenho obtido em 2005, atingindo um pouco mais de 2,9 milhões de toneladas. E apesar de ser evidenciado pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) como um dos 4 países que no futuro deterá a produção animal mundial, o Brasil precisa abrir novos mercados para a carne suína, uma vez que a Rússia, seu principal comprador externo, pretende tornar-se auto-suficiente na produção de carne suína. 

Essas foram algumas das informações retiradas dos oito painéis apresentados no 7 Seminário Internacional de Suinocultura, que terminou na última sexta-feira (dia 25) na Costa do Sauipe, na Bahia. Promovido pelas empresas Agroceres PIC (genética de suínos) e Agroceres Nutrição Animal, o evento reuniu mais de 600 pessoas entre suinocultores, técnicos e dirigentes de cooperativas. Entre eles, estavam José Américo Flores do Amaral, presidente da Carrolls Foods; Mário Facin, Diretor Presidente da Máster e João Batista Chaise, Gerente de Produção Cooperativa Cotrijal.

Eles aprovaram o seminário, que respondeu questões sobre o comportamento da suinocultura a médio e longo prazo. Numa análise do mercado centro leste europeu, por exemplo, Ron Hovenier da PIC Europa alertou para o crescimento da suinocultura na Rússia, que chamou de o Gigante Adormecido.

Maior comprador da carne suína brasileira 63% das exportações totais e cerca de 1,1 bilhão de dólares em 2005 – a Rússia trabalha para reduzir o alto déficit da balança comercial de carne suína. Tanto é verdade, que o Ministro da Agricultura da Rússia, Gordeev, declarou o ano de 2005 como sendo O ano do Suíno. Rússia, Romênia e Ucrânia querem tornar-se pelo menos auto-suficientes na suinocultura e têm potencial agrícola para isso e economia em crescimento, só depende das decisões governamentais, disse Ron no Seminário. O desejo de reconstruir a suinocultura no centro leste europeu é genuíno, especialmente na Rússia, onde a produção de suínos é uma atraente oportunidade de investimento, o custo de produção competitivo e a demanda e o consumo de carne suína em franca expansão.

Segundo Fernando Pereira, diretor superintendente da Agroceres PIC, estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) aponta que até 2010 cerca de 60% da produção de carne suína estará nas mãos dos países em desenvolvimento. Isso porque, esses países têm maior disponibilidade de terras e grãos, melhor custo de produção e possibilidade de gestão ambiental. Neste cenário, o Brasil tem maior vantagem comparativa, porém o leste europeu tem melhor vantagem competitiva por estar dentro da Europa. Na década passada, o Brasil não figurava entre os 10 maiores. Hoje, é o quarto maior exportador mundial de carne suína e gera mais de 1 milhão de postos de trabalho, comemora Pereira. 

Já o consultor econômico Eduardo Giannetti, que também participou do 7 Seminário Internacional de Suinocultura, não deu perspectivas assim tão positivas sobre a economia brasileira. Segundo ele, os indicadores da economia em curto prazo podem parecer bons, mas falta terreno para que a economia cresça de forma sustentável. Em 2006, segundo Giannetti, o Brasil não deve crescer os 4% previstos, enquanto a taxa de crescimento dos países emergentes será de 6%. O Brasil está bem atrás de países como Chile, Índia, Coréia do Sul e China, portanto estamos encolhendo diante da média mundial, explicou. Para Giannetti o que falta é olhar o futuro para gerar capital novo e tornar a economia brasileira sustentável. 

Ainda sob o tema Projetando o Futuro da Suinocultura, o 7 Seminário Internacional de Suinocultura apresentou outros painéis com análises econômicas e sócio-políticas nacionais, cenários de mercado para grãos e carnes, tendências mundiais para a atividade suinícola, além de novas tecnologias para a suinocultura nacional. Para isso, contou com palestrantes como Alexandre Garcia, Jornalista da Rede Globo; André Pessoa, da Agroconsult; Bradley Wolter, The Maschhoffs Company/EUA; Martin Perez, PIC América Latina; Jorgen Plomgaard, PIC Dinamarca; Carlos Augusto Mallman, Universidade Federal de Santa Maria (RS); e Max Gehringer, consultor empresarial. O próximo Seminário Internacional de Suinocultura, promovido pela Agroceres PIC e Agroceres Nutrição Animal, está marcado para acontecer em 2008.